MICBR 2023: Jogos eletrônicos impulsionam a economia criativa no país

Indústria de games movimentou cerca de R$ 2,7 bilhões entre janeiro e julho de 2022

Emilly Melo
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O atual consumo de jogos eletrônicos no Brasil demonstra que essa indústria está em constante expansão no panorama nacional, com resultados financeiros que giram em torno de R$ 2,7 bilhões, com dados mais recentes contabilizados de janeiro a julho 2022, conforme destacou Daniel Trócoli, head de games da Google Play na América Latina, nesta quinta-feira (9), — a partir de uma pesquisa feita pela NewZoo, especialista em dados de jogos —, durante o segundo dia do Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR) 2023, que acontece no Hangar Centro de Convenções, em Belém. 

“O Brasil é um dos grandes consumidores de jogos do mundo. A gente tem uma população que gosta muito do jogo eletrônico. O que vemos, hoje, é essa expansão e que, pouco a pouco, o lado da produção tem aumentado. Consumimos jogos que são feitos fora do Brasil, porém, cada vez mais, vemos jogos nacionais despontando”, declara Trócoli.

Impulsionada pela economia criativa, a movimentação gerada por essa indústria digital atinge uma vasta cadeia de segmentos econômicos e de múltiplos profissionais, que trabalham de forma direta e indiretamente na produção de jogos.

“A produção de um jogo demanda um número de habilidades muito variadas. Então você vai ter desde os examinadores, ilustradores, pessoal que faz a composição das músicas e efeitos sonoros, até as pessoas que trabalham com a parte de programação, então demanda muita interdisciplinaridade para criar um estúdio de jogos, construir um produto e colocá-lo no mercado. É uma cadeia que reúne trabalhadores de vários setores”, aponta Trócoli.

De acordo com Daniel, os jogos são ferramentas usadas para transmitir narrativas e histórias e não se resumem aos meios eletrônicos, mas também aos jogos de tabuleiros, jogos para ambientes de aprendizado, entre outros, que estão presentes no cotidiano há gerações. “O jogo acompanha a humanidade desde o Egito Antigo, a medida em que se utilizam estratégias de design, artes visuais, musicais, acaba sendo estratégias de diferentes bases de informação”, ressalta.

Com o 10º maior mercado consumidor do mundo, a indústria brasileira de jogos impulsiona também a geração de empregos no país. “É um mercado muito aquecido, com uma variedade de títulos, gêneros. Mapeamos cerca de 1 mil estúdios no Brasil inteiro e estimamos umas 20 mil pessoas que trabalham de forma direta com esse segmento, fora os empregos indiretos que são gerados, porque a cadeia de games é muito transversal, precisa de música, roteirista, programador”, explica Eliana Russi, diretora de operações da Abragames.

Russi avalia que o Norte do país possui um grande potencial de desenvolvimento nesse setor, sobretudo pela riqueza cultural presente na região. “A gente vê um potencial gigante no Norte, principalmente porque as narrativas da região interessam muito. O mundo todo quer ver jogos que falem sobre a Amazônia, os povos originários, então a gente está com muita expectativa de que isso comece a aumentar e essas histórias sejam contadas”, conclui Eliana.

Nesta sexta-feira (10), o evento terá capacitações, cerimônia de anúncio dos 10 estúdios selecionados para o Google Indie Games Fund 2023, showcases e atrações musicais. As programações do MICBR 2023 seguem até este domingo, 12 de novembro.

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