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Maior procura por etanol não é sentida em postos de gasolina em Belém 

Pará está entre os 4 estados onde, atualmente, é vantajoso preferir o biocombustível, diz estudo da Agência Nacional do Petróleo

Valéria Nascimento
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Uma pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilada pelo serviço da Agência Estado, apontou, esta semana, que o etanol segue com baixa demanda Brasil afora, contudo, com base no critério preço no limite de 70% da gasolina nos postos, o Pará figura ao lado dos estados do Mato Grosso do Sul, Sergipe e Maranhão, como locais em que compensa abastecer com o biocombustível.

Pela pesquisa, o Mato Grosso do Sul é o estado em que o biocombustível é mais competitivo, com 60,40% do preço da gasolina, seguido de Sergipe (67,29%), Maranhão (67,43%) e Pará (69,37%).

Nas ruas de Belém, nesta terça-feira (20), ainda que os motoristas, de formações diversas, tenham apontado características consideradas vantajosas do etanol, como ele ser um bom limpador das cabeças de pistões e das válvulas do motor, o que segundo os condutores, aumenta a potência do carro, eles não veem proveito ao optar pelo etanol.

Basicamente, os motoristas ouvidos pela reportagem apontaram dois motivos para dispensar o etanol nos postos: o clima quente da capital paraense provoca a rápida evaporação do produto e o preço não vale a pena.

O aposentado Júlio Maia, de 70 anos, conversava com amigos num posto de gasolina da avenida Duque de Caxias, no bairro do Marco, nesta terça-feira. Experiente, ele afirmou que raras vezes bota o biocombustível no carro dele.

"Eu não costumo colocar etanol, primeiro porque aqui, no Pará, raramente a gente encontra ele bem mais barato que a gasolina, Quando eu boto é porque ele tem a propriedade de limpar o motor do carro. Isso é verdade, então após um tanque cheio é bom colocar um meio de etanol, para rodar e fazer essa limpeza, isso aumenta a potência do carro", afirmou Júlio.

Motorista de aplicativo de transporte há três anos, rodando em Belém, Raimundo Carlos Monteiro Rodrigues, de 28 anos, também disse que dificilmente abastece o carro de trabalho com etanol. "Ele evapora rápido demais, mas eu coloco de vez em quando, porque os colegas dizem que é bom para limpar o tanque, mas no geral, não é legal. Por exemplo, se eu coloco o etanol na parte da manhã, na mesma quantidade da gasolina, ele não dura, evapora, ainda mais agora com a quentura que está, afirmou Raimundo Rodrigues.

Procurado, o economista Sérgio Melo, explicou que, de fato, o etanol é menos eficiente, considerando a quilometragem que o carro pode fazer com este tipo de combustível. Ele observou diferenças de produção e de características entre o etanol e a gasolina.

"O etano é um biocombustível, ou seja, ele resulta de uma produção sustentável, não é um combustível fóssil. A produção dele é renovável, de biomassa. A gasolina é feita a partir do petróleo, um recurso natural não renovável, então, tem toda esta questão de responsabilidade ambiental. O governo brasileiro deveria incentivar mais a produção do etanol, a matriz energética renonável", enfatizou o economista.

Sobre a pesquisa que resgistra uma maior procura por etanol em quatro estados, incluindo o Pará, Melo ponderou que, em geral, esta procura tem a ver com preço. "Existe uma alternância no aumento da demanda entre os estados, que depende principalmente do preço do etanol em comparação com a gasolina. Aqueles estados que passam a ter a média do preço do etanol abaixo dos 70% em relação à gasolina tem aumento de demanda do combustível", pontuou ele, que integra o Conselho Regional de Economia do Pará e Amapá (Corecon PA/AP).

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