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Veja o melhor investimento para garantir uma aposentadoria segura

Especialistas desvendam os caminhos para diversos tipos de investidores

Elisa Vaz

Investir no mercado financeiro é uma forma de garantir o futuro. Muitas pessoas estudam esse universo e fazem aplicações justamente para garantir mais qualidade de vida e recursos na terceira idade. Investimentos de longo prazo, no entanto, exigem uma estratégia diferenciada. Assessor de investimentos, Idean Alves explica que é preciso se planejar desde cedo para ter a principal variável da equação a seu favor: o tempo. “Quanto antes a pessoa começar, maior será o montante final acumulado, menor precisará ser o aporte mensal, e menos risco precisará correr para alcançar seu objetivo antes ou durante a aposentadoria”, diz.

O primeiro passo, segundo o especialista, é buscar uma assessoria composta por profissionais qualificados para conhecer o perfil do investidor, definir o plano de previdência que melhor se encaixa às metas, assim como a tributação. Idean lembra que a escolha do investimento depende do perfil de cada um: mais ou menos sujeito a riscos.

Em relação ao plano de previdência, há duas opções. No Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), é possível abater ou deduzir até 12% da renda anual tributável do Imposto de Renda; em compensação, pagará na retirada do plano o imposto sobre o valor total aplicado. Já no Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) não há o benefício tributário do abatimento, mas o imposto na saída só é cobrado sobre os rendimentos.

No que diz respeito à tributação, a tabela progressiva determina que o imposto sobre a previdência deve seguir as faixas do imposto de renda pessoa física, de acordo com a renda. Segundo Idean, isso pode ser bem “oneroso”, em especial para os grandes volumes. Enquanto isso, na tabela regressiva, a taxa começa em 35%, e decai 5% a cada dois anos, chegando ao mínimo de 10%.

“O plano de previdência ideal para quem tem o tempo a favor, sem dúvida, é o VGBL com tributação regressiva. Assim, pagará menos imposto e apenas sobre o que render. Como cada caso é um caso, um profissional de mercado pode orientar na melhor tomada de decisão”, afirma o especialista.

A principal diferença entre os outros tipos de investimentos, de acordo com ele, é a inexistência do chamado “come-cotas”, a antecipação de imposto feita na fonte por parte do governo que ocorre nos fundos comuns da indústria. “Quando o fundo está lucrando, é feita a cobrança de 15% sobre o que rendeu, duas vezes ao ano, em maio e novembro. Na previdência não, você só paga imposto no resgate, o que dá pelo menos 1% por ano a mais em rendimentos, em média 11% a mais a cada 10 anos. Além disso, na previdência, você não paga para realizar troca de fundos, então pode migrar à vontade sem pagar nada por isso”.

Planejamento patrimonial

Ele também considera a previdência uma excelente forma de planejamento patrimonial e sucessório, simples e barato, pois não entra em inventário, nem pode ser objeto de penhora, em razão do caráter alimentar. Portanto, é possível organizar parte da sucessão de bens, determinar o percentual para cada beneficiário, sem pagamento do imposto de transmissão, e ainda ter acesso em menos tempo aos valores da previdência do que no processo de inventário, que pode se arrastar por meses ou anos, diz Idean.

Esse tipo de investimento pode ser iniciado desde cedo. “Como a previdência é um investimento relativamente popular nos bancos, vemos muitos investidores que fazem planos de previdência para os filhos durante a infância, e que se mantêm durante a vida adulta, alguns levando até a aposentadoria. O ideal, além de começar cedo, é sempre estar atento às taxas cobradas por quem está tomando conta da sua previdência, e se de fato está rendendo acima dos seus pares de mercado. Esse exercício constante é fundamental e pode representar, dependendo do volume, um carro ou uma casa a mais no final do período de acumulação”, orienta Idean Alves.

Quem não iniciou os investimentos cedo e já está na fase de aposentadoria também tem tempo para investir. O assessor diz que a pessoa deve verificar se faz sentido a relação tempo e imposto pago, para criar ou não uma previdência com a idade mais avançada, tendo em vista a tributação. Se sim, buscar o plano de previdência que tenha o menor pagamento de imposto possível, observando se a tabela progressiva ou regressiva será a mais vantajosa. Além disso, ele acrescenta que é importante buscar uma opção mais segura, como um fundo de previdência com foco em renda fixa, para que esse investidor tenha mais segurança e previsibilidade em seus investimentos.

Médico investe desde os 18 anos

Já pensando na aposentadoria, o médico e professor universitário Yuji Ikuta, de 44 anos, faz aplicações em diversos produtos do mercado financeiro. Ele começou a se interessar pelo assunto ainda criança e conversava sobre investimentos com o pai. Aos 18 anos, quando se tornou adulto, começou a investir por conta própria, mas só foi realmente entender o mercado a partir dos 25 anos, quando se formou na faculdade.

“Para mim, o segredo é guardar o dinheiro mensalmente e conseguir ter uma receita maior que a despesa, no mínimo guardar de 10% a 30% do que ganha. Quando fiquei adulto e comecei a ganhar dinheiro com plantões, comecei a guardar. Não conhecia as corretoras, comecei no banco, a colocar dinheiro lá, guardar. Naquela época a poupança estava em alta, hoje não, mas comecei por ela, usava renda fixa. Com o tempo fui conhecendo as corretoras pela mídia, internet e por colegas, e comecei a investir na XP, minha corretora atual, com a ajuda de assessores de investimentos. E aí comecei a me aprofundar mais e passei a decidir melhor meus investimentos”, conta.

O que as pessoas precisam entender, na opinião dele, é que a carteira deve ser diversificada, ou seja, é possível investir em vários produtos diferentes, e não só em um. Além disso, estudar constantemente e acompanhar a evolução do recurso são dicas importantes. “Hoje, tenho aplicações no Tesouro Direto, CDB, renda variável com foco previdenciário, fundos imobiliários e vários outros produtos que as corretoras oferecem. Uma coisa que faz diferença para mim é a ética. Só invisto em empresas que acredito e que vão contribuir com o mundo de uma forma positiva. Se não for ético, mesmo que renda muito, prefiro não investir”, diz Yuji.

O médico se preocupa com o futuro – não apenas o seu, mas dos pais, dos filhos e da esposa. Mas, ele fica feliz com o que construiu e diz que já teve rendimentos superiores ao que esperava quando começou. Para quem ainda não entrou nesse universo, Yuji recomenda simplicidade e orientação profissional. “Sempre fui muito simples. O que eu tenho é o que eu posso ter, sempre foi meu pensamento. E com certeza dá tempo de investir em qualquer fase da vida, tem gente que começa com 80 anos e consegue ter resultados. Além de sempre guardar, tem que ter organização, tudo em planilha, calcular despesa, receita e achar meios de aumentar a renda por meio da educação”, opina o investidor.

Confira os tipos de perfil de investidor

  • Conservador: aquele que prefere ganhar um pouco menos, mas sempre, e de preferência sem risco ou volatilidade. Para esse perfil é recomendado não investir em fundos de ações, por exemplo, e focar na renda fixa, em que os rendimentos são mais previsíveis.
  • Moderado: alguém que aceita tomar um pouco mais de risco, só que apenas em parte da carteira, então vai dispor normalmente de 10% a 15% para opções mais arrojadas, como investimentos internacionais.
  • Agressivo ou arrojado: mais tolerante às oscilações de mercado, e que busca se expor de forma mais ousada a fim de ganhar mais, alocando de 20% a 30% em fundos de ações, fundos internacionais, de criptoativos e outros mercados.
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