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Hortaliças e verduras consumidas no Pará ficam mais caras em razão de geada no Sul e Sudeste

Dieese-PA afirma que o preço dos combustíveis e da energia elétrica também influem nos preços

Abílio Dantas/ O Liberal

As geadas que atingiram as regiões Sul e Sudeste do Brasil, em julho deste ano, impactaram os preços de hortaliças, legumes e verduras consumidos no Pará, e as safras de diversos alimentos já estão comprometidas pelos fenômenos climáticos até o fim do ano. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou nesta semana que as três ondas de frio registradas nas duas regiões, no mês passado, afetou principalmente lavouras como feijão, café, cana de açúcar e milho, o que significou variação negativa de 260,8 milhões de toneladas para 254 milhões.

Em boletim divulgado também nesta semana, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA) registra que a maioria das hortaliças, legumes e verduras comercializados nas feiras livres e supermercados da Região Metropolitana de Belém (RMB) ficaram mais caros nos sete primeiros meses do ano, com altas bem acima da inflação, calculada em 5,01% pelo Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC).

O item com maior aumento de preço no ano, segundo o levantamento do Dieese, foi a abóbora, cujo preço do quilo passou de R$ 3,34, em janeiro, para R$ 3,66, em julho, o que significou alta de 21,19%. Em segundo lugar, a cebola, produto consumido no dia a dia dos paraenses, registrou aumento de 7,90%, seguida pela cebolinha, que teve alta de 6,83%, também no ano.

Entre os meses de junho e julho, o produto que teve maior aumento de preço foi a cenoura, cujo preço do quilo teve alta de 6,62%. Em junho, os clientes das feiras e supermercados da Grande Belém compravam o quilo da cenoura a R$ 3,02, o que mudou para R$ 3,22 em julho. Em seguida, de acordo com o Departamento, aparecem os maços de cheiro-verde e chicória, que tiveram aumentos no mês, respectivamente, de 1,96% e 1,94%.

Na comparação dos últimos 12 meses, de julho de 2020 a julho de 2021, o quilo da beterraba ficou 24,92% mais caro, passando de R$ 3,17 para R$ 3,96. Já o quilo da abóbora, que foi vendido a R$ 2,94 em julho de 2020, foi elevado a R$ 3,66, em julho deste ano, o que significou alta de 24,49%. 

O economista e técnico de pesquisa do Dieese, Everson Costa, analisa que a alta nos preços agrava ainda mais o contexto socioeconômico atual, que é caracterizado pelos efeitos da pandemia e pelos níveis de desemprego, que já eram acentuados em 2019. “O achatamento da renda combinado com o desemprego alto está fazendo com que a população tenha uma imensa dificuldade de encarar esse custo de vida. A economia forma seus preços a partir dos seus contextos. Quem trabalha com a venda de alimentos, por exemplo, não tem apenas o custo da matéria prima, que está mais cara, mas também gasta com frete, com a energia elétrica, com outros insumos, e acompanhar esses aumentos tem sido praticamente impossível”, aponta o especialista.

Everson Costa destaca ainda que o cultivo das culturas atingidas pelos fenômenos climáticos levarão algum tempo para recuperar o ritmo regular. “O período para poder plantar, colher de novo, e as condições sociais já colocadas, trazem uma série de impactos para a formação dos preços. Na ponta, o que teremos são preços mais altos, como consequência”, declara.

A Conab afirma que, na indústria de frutas, a banana será a mais afetada. Entre os grãos, a maior perda ocorreu com o milho. Apenas neste período, a estimativa da Companhia do grão caiu de 70 milhões de toneladas para 60 milhões. Em relação as carnes, o preço irá pesar ainda mais no bolso do consumidor, devido à alta da ração, que é feita de milho, ovinos, suínos, aves e bovinos serão afetados.

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