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Gerações diferentes têm conflitos e identidades sobre a vida financeira, diz especialista

Contextos econômicos, culturais e políticos impactam na forma de lidar com o dinheiro

Valéria Nascimento
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O conflito de gerações é um assunto rotineiro em rodas de conversas, e as diferenças se potencializam quando o tema é mercado de trabalho e vida financeira, mas há também pontos em comum entre os chamados baby boomers, geração X e geração Y ou millennials, ainda que cada um tenha suas próprias identidades.

Formado em Administração Empresarial e com MBA em Gestão Financeira, pela Fundação Getúlio Vargas, Renan Chama, atua em Belém, e observa que independente da idade, as pessoas têm, ao menos, duas características semelhantes quando o tema é dinheiro: elas são conservadoras e imediatistas, não costumam aplicar em oportunidades de longo prazo.

"É notória a equidade das gerações nestes quesitos”, afirma Renan, que atua profissionalmente em Belém como especialista em investimentos, em uma agência de uma grande rede bancária privada. Ele explica que, em geral, as pessoas aplicam por três ou quatro meses e não consideram interessante a rentabilidade e se frustram.

"Não consideram o investimento a longo prazo ou as variáveis sazonais do mercado. Entretanto, um bom planejamento e o resultado dos juros compostos em longo prazo tendem a formar a famosa “bola de neve”, o que seria o ideal para formar um capital realmente interessante", diz Renan. 

Baby boomers e Geração Y

Há estudos sociológicos que se contrapõem em relação à definição exata das datas, mas as variações não passam de 3 anos. De forma genérica os baby boomers são os nascidos entre os anos de 1946 e 1964, após a Segunda Guerra Mundial. Pessoas que agora têm entre 58 e 76 anos e conviveram com empregos estáveis sonhando com uma boa aposentadoria. Um cenário diferente da chamada geração Y ou millennials, nascida nos anos 1980 e meados dos anos 1990, um mundo já globalizado e em mudança pelas transformações tecnológicas.

Aos 29 anos, Heittor Lima é um legítimo representante da geração Y. Dinâmico, ele toca o próprio negócio com a mãe, Denilsem Lima, já há 10 anos. Uma loja do ramo de artigos de festas e descartáveis, na avenida João Paulo II, no bairro do Curió-Utinga.

Antenado, Heittor pensa em longo prazo. “Eu nunca misturo o capital de giro, que é, justamente, para manter as mercadorias, os produtos, as reservas dos custos etc”, disse, e mesmo trabalhando com um segmento tradicional, um pequeno comércio, investe em divulgações nas redes sociais, como o Instagram.

Ele assegura que ele e a mãe decidem juntos sobre tudo relacionado ao negócio, sem esquecer da estabilidade financeira furuta. Temos essa cordialidade”, enfatizou o jovem, que busca a tecnologia como aliada em suas atividades. 

Com registro de microempreendedor, Heittor se prepara para intensificar o trabalho de marketing da loja nas redes sociais. "Eu pretendo trabalhar o meu empreendimento no segmento virtual para alavancar as nossas vendas, tanto na loja física quanto na virtual", acrescentou.

Geração X

Entre as gerações Y e baby boomers, está a geração X, isto é, as pessoas com 43 e 62 anos. Gente que desde cedo foi educada para buscar uma carreira sólida, habituando-se a cargos ou funções em que eram ou seguem subordinados.

Quando o assunto é segurança financeira, quem está certo? Impossível dizer, mas não é difícil compreender os perfis. “Temos uma distinção bem clara em relação à aposentadoria por gerações. A baby boomers é uma geração que não fez um planejamento de aposentadoria, sua única alternativa foram as contribuições do INSS, que atualmente tem um teto de ganhos, o que é incompatível com seus custos de vida atual, principalmente no que tange gastos com saúde e medicamentos”, afirmou o especialista em investimentos, Renan Chama.

Renan acrescenta que, “em relação à geração X, que está em auge na carreira, então já tem uma condição financeira mais estável, porém, é perceptível que não possuem planejamento adequado para aposentadoria ou alternativas ao INSS, muitas vezes por falta de conhecimento ou de interesse em novas modalidades de investimento do que pouparam nesses anos”, disse Chama.

"Em se tratando da geração Y, percebemos um imediatismo muito grande em conquistar independência financeira muito cedo, sucesso profissional e viver de forma intensa o hoje, sem nenhuma preocupação com a aposentadoria. Minha recomendação seria incluir no orçamento um valor para viver confortavelmente a velhice ou não precisar trabalhar na mesma carga”, observa ele.

Como será o amanhã

Sobre a preocupação com a aposentadoria, Heittor disse que é também um tema que interessa ele e a mãe dele. “Eu me preocupo e minha também. A gente paga os deveres previdenciários a fim de gozar os benefícios de uma previdência social ou privada”, disse.

Assim como o perfil clássico da geração millennial, Heittor desde bem jovem corre atrás da estabilidade financeira dele. Exatamente por esse motivo, foi que decidiu apostar no próprio negócio.

"Espero crescer com o empreendimento, oferecendo o melhor atendimento aos fornecedores e ao público em geral. É empreender e crescer e ter um nome respeitado na praça”, concluiu Heittor Lima.

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