Em Belém, preço de artigos de residência puxa alta da inflação no mês de maio

Aumento de 4,99% no preço do açaí puxa alta no grupo de alimentos.

Natália Mello

A inflação está 0,83% maior na Região Metropolitana de Belém neste mês de maio, e os artigos de residência foram os que mais puxaram a alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15): com aumento de 2,43%. Em relação ao mês de março, o IPCA subiu 0,44%; já em comparação ao mês de maio de 2020, a inflação teve um decréscimo de 0,53%. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 7,99%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (25) e são referentes ao período de 16 de abril a 15 de maio.

Segundo o gerente de pesquisas do IBGE Pará, Douglas Oliveira, o grupo que puxou o aumento se manteve estável no ano passado, com quedas em abril, junho e julho de 2020, mas em maio desse ano apresentou a maior alta dos últimos meses. Ficaram mais caros os móveis e utensílios (3,19%), os artigos de cama, mesa e banho (2,80%), os aparelhos eletrônicos (2,00%) e os eletrodomésticos (1,93%).

Outro grupo de grande impacto no aumento da inflação foi o segmento de vestuário, com roupas (+2,17%) e calçados e acessórios (1,04%) registrando um aumento de 1,74% no mês de maio, depois de cinco meses de quedas consecutivas.

“Depois vem a alimentação, que normalmente não tem tido um impacto tão grande como nos meses anteriores, mas mantém uma alta de 1,08% e a alta do açaí, de cerca de 5% foi o que puxou esse índice para cima, bem como bebidas e lanches e a carne, todos ainda mantendo um aumento de quase 2%”, declarou Douglas.

“Eu tive que reduzir o consumo do açaí, porque costumo tomar quase todos os dias, e fica difícil com o litro tão caro”, afirmou a recepcionista Suziane Farias. Já o jornalista Danilo Pires, afirma que abre mão do feijão e do arroz de melhor qualidade, mas não de um bom açaí. “Nós compramos muito arroz em casa para nós e por conta da alimentação dos nossos cachorros, mas mês passado compramos uma marca mais barata devido ao valor. Mas o açaí, mesmo caro, não pode faltar”, brinca.

O lado positivo apontado pelo representante do IBGE no Pará foi a redução de alguns itens essenciais na mesa do paraense, como arroz (- 2,93%), margarina (- 2,26%) e frutas (- 2,03%).

Preço dos transportes tem redução

Apesar da contínua alta dos combustíveis, que no mês de maio registrou um aumento de 1,83% - refletindo altas nos preços do óleo diesel (3,43%) e da gasolina (1,78%), o grupo de transportes teve um decréscimo de 1,24 se comparado ao mês de abril. Os principais responsáveis por essa desaceleração foram a redução de 10,90% do valor das passagens aéreas e de 3,17% do seguro de veículo. “Transportes mantém as altas, não tão grandes quanto o ano anterior, apresentando uma pequena desaceleração”, aponta Douglas.

Ainda entre os grupos, Habitação (0,00%) foi o único que apresentou estabilidade. Tanto a energia elétrica residencial (-0,36%) quanto o gás de botijão (0,71%) mantiveram-se em patamares de preços semelhantes aos observados no mês anterior.

O IPCA -15 compara o período de 16/04 a 15/05 com valores de 12 de março a 15 de abril de 2021 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange a região metropolitana de Belém.

Brasil

Diferente de Belém, o IPCA-15 no Brasil apresentou o menor resultado para um mês de maio desde 2016, ficando em 0,44%, 0,16% a menos que em abril (0,60%). O acumulado no ano foi de 3,27% e, nos últimos 12 meses, de 7,27%, acima dos 6,17% registrados nos 12 meses anteriores. Em maio de 2020, a taxa havia sido -0,59%.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta em maio. A maior variação ficou com Vestuário (1,42%) e a menor, com os Transportes (-0,23%), único grupo a recuar em maio. Os demais grupos ficaram entre o 0,03% de Comunicação e o 0,89% dos Artigos de Residência.

A deflação do grupo dos Transportes (-0,23%) foi resultado da queda de 28,85% nos preços das passagens aéreas, que recuaram em todas as áreas pesquisadas: desde os -10,90% de Belém até os -37,10% de Brasília. Além disso, também houve recuos nos preços dos transportes por aplicativo (-9,11%) e do seguro voluntário de veículo (-3,18%).

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