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Dia do Irmão: paraenses levam a convivência familiar também para a área profissional

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 90% das empresas no Brasil possuem perfil familiar. Muitas são geridas por irmãos

Eduardo Laviano
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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 90% das empresas no Brasil possuem perfil familiar. Elas representam cerca de 65% do PIB e são responsáveis por empregar 75% dos trabalhadores brasileiros. Uma dessas empresas é comandada pela pedagoga Lia Barros, ao lado das irmãs Regina e Rose - uma experiência extremamente gratificante, na opinião dela. Elas dirigem uma escola há 25 anos e já trabalham juntas há 32. 

"É muito bom poder trabalhar com pessoas do nosso convívio, especialmente porque nós temos uma boa relação. É muito positivo pois além da convivência, podemos trocar ideias e falar abertamente uma para a outra as coisas que a gente acha certo ou errado. Isso é muito bacana. Nossa amizade facilita a questão de aceitar as opiniões uma da outra", afirma Lia.

A ideia de abrir a escola veio de uma experiência profissional prévia no setor, com as três trabalhando na mesma escola em cargos diferentes. Lia conta que mesmo após tantos anos, o fato de trabalharem juntas ainda ocasiona algumas confusões entre as vidas pessoais e profissionais. 

"Acontece, né? No expediente acabamos resolvendo coisas da família. Fulano está com um problema e às vezes a gente discute o que vai fazer, reflete sobre situações familiares. Aí uma tem que lembrar que trabalho não é hora de resolver assunto familiar, lembrar de puxar a orelha uma da outra para a conversa não se estender", avalia a pedagoga.

Lia acredita que as diferenças não são negativas em um negócio regido por irmãos, pois entende que habilidades diferentes constroem um ambiente mais organizado e com funções definidas, sem deixar uma irmã mais sobrecarregada de tarefas do que a outra.

"Somos três mulheres de idades diferentes que às vezes tem um pensamento diferente, uma mais radical em um assunto e a outra mais aberta para outras ideias. A gente lida bem com isso, sempre buscando ouvir cada, priorizando o bom senso. Cada uma se respeita muito em sua função. A Rose tem uma memória fantástica, por exemplo, então essa questão de pais, alunos, ela sabe tudo de todos, sabemos que ela não vai errar quando buscamos ajuda. Nas questões familiares também ouvimos muito ela, que é a mais velha. Como sou pedagoga, elas tentam a acatar minha avaliações relacionadas ao tema. Essa habilidades e competências particulares que cada uma tem é motivo de admiração mútua", afirma.

Se gerir um negócio familiar fosse fácil como uma receita, Lia provavelmente descreveria o respeito e a união como os principais ingredientes. Ela recorda que aprendeu muito sobre ambos com a mãe, conhecida pelos alunos da instituição como Tia Lu. 

"Minha mãe sempre foi a nossa base. Isso tudo que nos ajuda a desenvolver um bom trabalho na escola na verdade vem dela. Ela tinha essa vontade de ver todo mundo unido sempre. Mesmo trabalhando todos juntos, chegava no sábado ela já ligava. Ela fazia questão de uma família unida dentro e fora da escola. Ela me ensinou muito também sobre manter assuntos do trabalho lá na escola e o assunto da família no final de semana. Quando a gente acabava misturando, ela sempre chamava nossa atenção", conta.  

Joy Colares também está há muito tempo trabalhando com o irmão, Alberto. São 50 anos de parceria. Assim como Lia, ele relata que a experiência é maravilhosa, mas admite que, assim como tudo na vida, não é perfeita.

"Trabalhamos com uma finalidade única e com muita solidariedade e ajuda mútua. Quando precisa, um acaba substituindo o outro e ajudando. O problema acontece quando há uma divergência séria, pois às vezes a gente perde o controle. É diferente de um sócio que não é seu parente e que por não ter intimidade você mede as palavras", revela.

Apesar dos eventuais altos e baixos, o lojista afirma que não trocaria esse privilégio por nada e que se sente muito inspirado pela disponibilidade do irmão Beto.

"As discussões podem sim gerar consequências ou rupturas, mas nada que o tempo não corrija. Irmão é assim. Às vezes a briga dura uma hora, às vezes uma semana, ou então um ano. Mas sempre volta. A maior lição é o legado deixado pelos pais que pregavam que a união faz a força", aconselha.

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