Comércio ganha fôlego com o Dia dos Namorados
Consumidores tentam garantir presente para a data e empresários comemoram melhora no caixa

O Dia dos Namorados ajudou a dar um fôlego ao comércio de Belém, após um grande período de portas fechadas e sem dinheiro no caixa. Lojistas do centro comercial e dos shoppings comemoram o aquecimento nas vendas e vivem a expectativa de procura ainda maior por presentes, nesta sexta-feira (12), já que muitos consumidores devem deixar para a última hora. Apesar de não superar ou mesmo alcançar o volume de comercialização registrado no ano passado, a avaliação deles é de que, diante do cenário de pandemia e mesmo de crise econômica, as vendas são boas e, em alguns casos, estão acima da expectativa.
“Estão melhores do que o esperado. Devido à pandemia, a gente achou que seria mais brando. Só que as pessoas estão vindo para comprar”, declarou Lylia Beckman, consultora de vendas de uma loja de perfumaria e maquiagem de um shopping de Belém. “O financeiro da loja está bom e está dando um ânimo pra gente”, comemora Elaine Lima, consultora de vendas da mesma loja.
Segundo elas, o valor mínimo que o consumidor costuma gastar dentro do estabelecimento comprando presentes é R$ 150, mas o valor médio de consumo no local é de R$ 250 por cliente. “Ano passado o fluxo foi maior. Porém, essa semana, a gente precisou até reduzir a entrada de clientes – só pode entrar quatro por vez. Ainda assim, pelo momento que a gente vive, acho que está bem legal”, ressaltou Lylia.
No Centro Comercial de Belém, o movimento era intenso nesta quinta-feira (11), apesar do feriado. Mas as lojas vinham mantendo o controle na entrada e, por isso, era comum verificar filas em frente a alguns estabelecimentos. Uma das mais procuradas vendia produtos importados e artigos para presente. No local, muitas pessoas estavam em busca de porta-retratos, flores, cestas, enfeites e ursos. “Graças a Deus, Diante de tudo o que está acontecendo, as vendas foram boas”, declarou a subgerente Léia Pamplona.
Ainda assim, o estabelecimento registrou uma queda de 15% a 20% em comparação ao mesmo período do ano passado. “Tem também a dificuldade de entrada do cliente. A gente não está com a porta aberta e a pessoa, às vezes, não quer esperar na fila, do lado de fora”, explica. Havia controle na entrada, para evitar aglomeração no interior da loja. “Cada cliente gasta, em média, R$ 115. Mas a gente vende muito atacado também”.
Na sapataria de Jardelson Aguiar, a expectativa é de aumento nas vendas nesse dia 12 de junho, contando com as pessoas que deixaram para comprar os presentes de última hora. Ele conta que o movimento estava aquecido na semana passada, mas caiu depois da reabertura dos shoppings. “Estamos esperançosos de que tenha um movimento melhor. O povo está todo em casa. Mas, ao mesmo tempo, a gente fica com receio de um movimento muito grande e voltar o lockdown”. Segundo o empresário, calçado feminino é o mais procurado nessa época.
A ambulante Simone Maia trabalha com a venda de bijuterias e comemorava as boas vendas nesta semana, de cordão, aliança, pulseira e brinco. “Acredito que deu uma movimentada neste ano. Não teve queda em relação ao ano passado. Pelo menos para o Dia dos Namorados, o movimento está satisfatório.”
CONSUMIDORES
Muitos consumidores foram atrás de presentes de Dia dos Namorados e não pouparam nos gastos. A empresária Lana Oliveira, de 35 anos, comprou roupa como presente e, somada a decoração que ia fazer na mesa e mais o jantar que vai pedir de restaurante, via delivery, esperava gastar cerca de R$ 500 nessa data, mais do que gastou ano passado. “A minha parte do trabalho foi melhor, apesar da pandemia”, justificou a empresária, que vende ouro ou semijoia. Uma parte do valor, ela pretendia pagar em dinheiro e outra, em cartão.
Elen Costa, de 38 anos, ajudava o filho, o estudante Marlon Bastos, de 17 anos, a encontrar um presente para a namorada. Eles calculavam gastar mais de R$ 100 com a lembrança e iriam pagar em dinheiro. “Ele não trabalha e a gente tem que ajudar. É a primeira namoradinha, a gente sabe como é”, declarou a mãe, que está desempregada no momento. O marido dela é vidraceiro. “A gente estava pesquisando para ver onde estava mais barato, porque aumentou muito o preço.”
A estudante Clarissa Bonfim, de 27 anos, planejava gastar mais de R$ 200 no Dia dos Namorados. “Só de embalagem foi mais de R$ 80”, revela. Além da roupa que comprou de presente para o marido, ela estava atrás de decoração para arrumar a mesa do jantar, como jarro, flores e outros artigos. “Eu gastei menos que no ano passado”, afirma a estudante, que passou as compras no cartão.
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