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Reforma em casa? Veja materiais mais em conta que mantêm o padrão

Especialistas dizem que é possível escolher itens mais baratos, sem perder qualidade

Elisa Vaz

Os consumidores brasileiros têm sido impactados de diversas formas nos últimos anos, e quem quer melhorar seu lar se depara com o alto custo do material de construção. Com a inflação crescendo – nos últimos doze meses ficou em 10,79%, acima dos 10,76% registrados no ano anterior –, os produtos ficam cada vez mais caros e é preciso buscar substituições para driblar a situação. Inclusive, o segmento de habitação (0,53%) foi um dos que puxaram a inflação de março (0,95%), incluindo o custo de alguns materiais de construção.

Quem trabalha com reformas nota com muita facilidade o aumento de preços. É o caso da arquiteta Bianca Machado, que percebeu aumentos em diversos materiais de acabamento, como vidro, revestimento, itens elétricos e outros. Com essas altas, até a mão de obra fica mais cara, segundo ela, e a saída para garantir o menor gasto possível é buscar alternativas mais funcionais para reduzir a quantidade desses materiais, mantendo a mesma funcionalidade para o ambiente.

“Costumo dizer aos meus clientes que precisamos projetar com estratégia e escolher onde é possível reduzir custos, como alternativas mais em conta e com qualidade similar para acabamentos, além de saber onde é necessário investir mais”, afirma. A principal dica da arquiteta é sempre pesquisar valores e optar por aquele que melhor se encaixar na necessidade do cliente. Como muitas vezes essa pesquisa demanda um tempo “valioso” para o avanço da obra, Bianca diz que vale a pena fazer pequenas substituições que podem fazer diferença no orçamento geral. Um exemplo é a escolha de tintas pré-fabricadas em vez de cores manipuladas e a utilização de revestimentos mais populares, como o cerâmico.

Hoje, no mercado, existe uma grande variedade de produtos, com ampla diferença de valor comercial entre eles, segundo a profissional da área, e nem sempre um produto se torna menos eficaz por ser mais barato. “Outros fatores podem ser levados em consideração, como o valor agregado da marca, logística empresarial e até mesmo garantia de compra, todos aspectos muito importantes a serem observados na hora de adquirir um produto. É preferível optar sempre por aquele que garante um pós-venda confiável ao consumidor, para poupar futuras dores de cabeça”, indica.

Substituições

O mercado produz cada vez mais tendências para clientes de todos os tipos, desde os que querem economizar até os que pretendem investir mais na obra. Bianca Machado, que volta sua atenção para os princípios da arquitetura vernacular – tradicional, instintiva, passada de geração em geração –, usa seus conhecimentos para achar opções mais simples e funcionais para a região amazônica. Uma opção para substituir pedras e revestimentos em ambientes molhados é a utilização de madeira. Segundo ela, com a manutenção e cuidado corretos, é possível chegar a um resultado “incrível” e, muitas vezes, mais econômico.

Outro produto disponível no mercado e que vem ganhando destaque nos últimos anos é a cerâmica. Embora o preço varie bastante dependendo da marca, modelo e procura no mercado, é um item que pode ser usado para driblar e adequar ao orçamento disponível, segundo a arquiteta. “Com o passar dos anos, as alternativas de uso e modelos de revestimentos cerâmicos triplicaram, o que resultou em uma grande alternativa para solucionar várias demandas projetuais, como praticidade, impermeabilidade, resistência e facilidade de manutenção”, destaca.

Quanto à argamassa e ao cimento, essenciais em obras e reformas, é preciso planejar, diz Bianca. Somente assim o cliente conseguirá economizar sem abdicar da segurança estrutural: calcular corretamente a quantidade necessária para a construção sem pecar por excessos e perder material. Por meio de uma organização e execução de obras com profissionais responsáveis, é possível alcançar o objetivo final sem ultrapassar o orçamento que foi dado.

Cliente nota alta de preços e substitui

Professora e criadora de conteúdo digital voltado para o lar, Alessandra Lima, de 36 anos, faz uso constante de materiais de construção e tem notado altas. Ela ingressou neste universo em 2011, quando ficou noiva. Após comprar um apartamento na planta, começou a pesquisar sobre reformas para ter noção do que faria quando recebesse o imóvel. Como boa parte do material já estava comprado e a moradora estava de férias, Alessandra conseguiu acompanhar todo o processo e aprender. Hoje, ela já está no quarto imóvel e em todos fez modificações.

Recentemente, ao se mudar para um novo apartamento, a professora já fez algumas pequenas reformas, como o quarto de seu filho. Ela conta que o preço dos materiais é um reflexo negativo da pandemia, somado ao aumento dos combustíveis. O que mais ficou caro, na opinião dela, foi o cimento, ferro, tijolos, cerâmicas (pias e vasos sanitários) e metais (torneiras e acessórios de banheiro). “Faz muita diferença no valor da obra, pois é capaz de dobrar o valor inicial orçado”, diz.

Uma das formas de melhorar o lar sem gastar muito é usando o poder das tintas para a transformação dos ambientes. Gastando menos e usando o material com criatividade, é possível fazer mudanças ótimas e de baixo custo, ensina Alessandra. A criadora de conteúdo tem, inclusive, usado substituições, escolhendo itens mais baratos para as obras, como trocar marcas nacionais por paraenses, a exemplo das que produzem argamassa.

“O principal pró das substituições é o valor mais baixo, porém existe a possibilidade de ser menos durável. Exemplo: usar uma torneira plástica ao invés de uma metálica ou um rejunte tradicional ao invés de epóxi. Certamente, a vida útil vai ser reduzida, então se você quiser fazer uma obra mais duradoura, o ideal é juntar mais uma verba para fazer um investimento maior. O que não dá para substituir é um bom preparo de parede pré-pintura, como a massa corrida. Massa PVA será sempre de área interna e seca, já a massa acrílica sempre para externo e área molhada interna. As duas insubstituíveis”.

Empresário diz que preços se mantêm

Em algumas lojas ainda é possível encontrar material de construção sem muito aumento de preço. Segundo o empresário Jorge Valente, em seu negócio os itens não estão mais caros, mas se mantendo – alguns até ficaram mais baratos. Mas ele não sabe até quando isso vai durar, porque, como a maior parte do material é transportada por rodovias, com o aumento de preços dos combustíveis deve haver impacto no custo de várias outras coisas. Ele acredita que os reajustes devem começar no próximo mês.

“Estamos, cada vez mais, diminuindo nossa margem de lucro para poder manter o preço para o cliente final, com o objetivo de não deixar esse mercado parar. Nós temos funcionários, compromisso com nossos fornecedores e não podemos repassar todos os custos que a fábrica passa para a gente. O cliente às vezes está com o dinheiro certo para fazer uma reforma na sua residência e quando chega na loja, se o produto estiver mais caro, ele não compra”, afirma.

Jorge não vê contras em fazer substituições, apenas prós. Além de manter a qualidade com itens específicos, o consumidor ainda consegue ter uma boa estética com um preço menor, graças à evolução nas fábricas que têm maquinários mais atualizados. Para o mercado também há vantagens, porque gera mais competitividade para os empresários.

Um dos produtos da loja, segundo Jorge, é o porcelanato, item de maior valor agregado, mas que pode ser substituído pelos pisos cerâmicos, que têm a qualidade tão boa quanto. “É um piso polido, retificado, de qualidade de primeira linha. Então o cliente hoje não tem que fazer um investimento tão alto comprando o porcelanato. Se quer fazer a obra com qualidade, com bom acabamento, acaba partindo para esse piso cerâmico, e visualmente é a mesma coisa”, argumenta o empresário.

Outro produto, cimento, também está com o preço estagnado na loja. Jorge explica que isso ocorre porque houve a entrada de novas fábricas no Pará, mais oferta e um preço mais competitivo. Por si só, isso já foi uma forma de economia, pois não é preciso reduzir a qualidade do produto, mas o mercado sozinho consegue melhorar os preços.

Também está em tendência no mercado, além de ser prático, o piso vinílico. “Muitas vezes, o cliente não pode parar uma loja ou sua própria residência para trocar o piso, então acaba utilizando o piso vinílico, que reduz o tempo – fazer a substituição por este produto reduz cerca de 70%, porque é colocado de forma rápida pelo profissional qualificado – e diminui muito a poeira e o barulho. “É uma novidade que, de alguns anos para cá, vem ganhando espaço no nosso mercado. Ainda não tem um espaço muito grande porque há certa resistência do cliente, que ainda tem muita tendência para o tradicional, mas já tem um espaço de 20% dentro do mercado de pisos e revestimentos”, avalia.

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Economia
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