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Brasil pode ser líder na produção de biocombustíveis de segunda geração, diz CEO da BBF

Milton Steagall destacou a oportunidade brasileira em evento em São Paulo

O Liberal
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CEO do Grupo BBF (Brasil BioFuels), Milton Steagall defende o uso do óleo de palma para descarbonizar o setor aéreo. A BBF é a maior produtora do óleo de palma na América Latina e tem atuação no Pará

Nesta quarta-feira (8), Steagall participou do evento Estadão Summit Agro 2023, promovido pelo jornal O Estado de São Paulo, em São Paulo. Ele defendeu o cultivo sustentável da palma de óleo como matéria-prima principal para descarbonizar o setor de aviação. 

Como o tema “A nova Revolução Verde: do alimento à energia, o potencial do Brasil para ser superpotência”, o evento reuniu representantes do setor do agronegócio brasileiro, e debateu as vantagens e desafios do segmento.

“O Brasil pode ser a Arábia Saudita na produção de SAF, o combustível sustentável de Aviação”. Foi assim que Milton Steagall definiu a oportunidade brasileira de se tornar líder na produção de biocombustíveis de segunda geração como o SAF e o Diesel Verde.

A Arábia Saudita é um dos principais países produtores de petróleo do mundo. Estados Unidos, Rússia e o país do Oriente Médio respondem por mais de 40% da produção global da matéria-prima, segundo o Instituto Brasileira de Petróleo e Gás.

Brasil é o 10º em ranking de países produtores

Milton Steagall considera a atual produção brasileira de óleo de palma ainda tímida. O Brasil está na 10ª posição no ranking de maiores produtores. A produção desse óleo, que é o mais consumido no mundo, é concentrada na Indonésia, Malásia e Tailândia, países que detém 95% da produção mundial, e é estimada em 80 milhões de toneladas por ano. Este volume está concentrado em cerca de 22 milhões de hectares cultivados com a cultura, que devastou florestas tropicais da Ásia.

De acordo com o CEO da BBF, o Brasil tem potencial para cultivar a palma de forma totalmente sustentável, em 31 milhões de hectares de áreas degradadas na região amazônica, segundo trabalho realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A legislação brasileira para o cultivo da palma conta com o Decreto 7.172, estabelecido em 2010 pelo Governo Federal, e é considerada a mais rígida do mundo neste setor, pois permite que a palma seja cultivada apenas em áreas que foram desmatadas na região amazônica até dezembro de 2007.

“Apesar de seu cultivo ser permitido em toda essa área, sem desmatar uma árvore sequer de floresta, hoje, a palma é plantada em apenas 300 mil hectares no Brasil, aproximadamente, sendo 75 mil hectares deles do Grupo BBF. Com os 31 milhões de hectares disponíveis, temos a oportunidade de gerar 1,1 bilhão de barris de óleo de palma por ano, para ser utilizado no desenvolvimento de biocombustível para atender o setor aéreo. Isso é mais do que é extraído pela Petrobras no nosso pré-sal, por isso, digo que temos um verdadeiro “pré-sal verde” no nosso país”, destacou o executivo.

BBF anuncia produção de Combustível Sustentável de Aviação

A partir de 2026, o Grupo BBF vai iniciar o fornecimento de SAF (Combustível Sustentável de Aviação) e Diesel Verde para a Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) – em contrato de offtaker. A matéria-prima para os biocombustíveis avançados será o óleo de palma cultivado pelo Grupo BBF na região Amazônica.

O refino será feito na primeira biorrefinaria do País a produzir os inéditos biocombustíveis em escala industrial. Devem ser investidos mais de R$ 2,2 bilhões na nova planta, que terá a capacidade de produzir cerca de 500 milhões de litros anualmente de SAF e Diesel Verde.

Além da produção de óleo a partir do fruto, o cultivo da palma gera toneladas de folhas, que hoje são usadas apenas para recomposição orgânica dos próprios palmares. Mas segundo Steagall, é possível utilizar essas folhas como biomassa para a geração de energia renovável.

Marco fundiário

“A legislação federal para o cultivo da palma de óleo, chamada de Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo (Decreto 7.172, de maio de 2010) é um feito e um grande marco fundiário para esta cultura. O que precisamos agora é de estímulo e capital para que essas áreas sejam desenvolvidas e recuperadas, sendo necessárias linhas de financiamento neste sentido. Muitas empresas como o Grupo BBF podem surgir, o que é muito positivo”, diz.

As fontes de financiamento são um ponto fundamental para o cultivo da palma, já que a planta leva pelo menos quatro anos para iniciar sua fase de colheita de frutos, além da necessidade de construção de usinas para extração do óleo. “O cultivo é feito de forma totalmente manual, sendo esta mais uma virtude desta cultura: ela gera milhares de empregos em regiões remotas, em que as oportunidades de renda são muito pequenas”, explica.

Atualmente, o Grupo BBF emprega diretamente cerca de 6 mil pessoas na região Norte do país, principalmente nos estados do Pará e Roraima, além de outros 18 mil empregos indiretos.

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