Belém: Ban Ki-moon defende coalizão ambiental para superação da crise do clima

Diplomata sul-coreano e ex-secretário-geral da ONU abriu a Conferência Internacional Amazônia, nesta quarta-feira (30)

Valéria Nascimento
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A eliminação da pobreza extrema, a experiência e o conhecimento dos povos originários serão fundamentais para se discutir os desafios e as oportunidades tão importantes para o planeta quanto para a Amazônia.

Em síntese, esse foi o norte da palestra magna de Ban Ki-moon, o sul-coreano que foi o oitavo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, de 2007 até 2017. Ele abriu a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, nesta quarta-feira (30), no Hangar, em Belém

No século 21, nós temos 575 milhões de pessoas que sofrem com a pobreza extrema. Isso é vergonhoso, pessoas que morrem em primeiro lugar, por conta da falta de alimentos, todos nós para termos boa saúde e sermos capazes de participar da vida econômica do planeta, temos de ter bons alimentos, afirmou o líder diplomático.

Ban Ki-moon defende coalizão ambiental para superação da crise do clima

Ele ressaltou que dos 17 objetivos da ONU para o desenvolvimento sustentável (ODS) que se desdobram em 167 metas e em mais de 235 ações, os primeiros três são emblemáticos e têm, na avaliação dele, o mesmo propósito: o combate à fome.

Os três primeiros objetivos sustentáveis da ONU são a erradicação da pobreza, fome zero e agricultura sustentável e saúde e bem-estar para todas as pessoas, em todas as idades.

Papel da Amazônia na economia verde

Ban Ki-moon afirmou ter preocupação premente com o desmatamento da floresta", que "produz um terço do oxigênio do nosso planeta". "Eu já visitei a bacia amazônica, o Congo, a Indonésia, eu realmente deixei claro que não se pode cortar mais árvores. A cada árvore cortada deveriam ser plantadas duas para que todos os povos do mundo possam respirar livremente e de forma saudável”, observou.

Ele fez questão de enfatizar que as ferramentas já existem para a economia limpa e entre saídas econômicas para a Amazônia, além de assinalar o desmatamento zero, disse que vê o turismo e o comércio como atividades econômicas potenciais para o território, desde que haja o protagonismo dos povos amazônicos e que exista compromisso com os povos originários, representados pelos indígenas e comunidades tradicionais. Ele enfatizou que há muito o que ser feito. “Não existe planeta B. O futuro está diante de nós”.

Nenhum a menos e cidadania global

O conhecimento e a liderança dos povos indígenas amazônicos, para Ban KI-moon, e a forma como eles conduzem a proteção da biodiversidade da floresta, são indispensáveis para a sustentabilidade dos recursos naturais.

Senhores, senhoras, colaborem com isso incentivando a sustentabilidade, estou confiante que possamos avançar em união em nome da preservação do nosso planeta”, disse.

"As indústrias têm um papel importante. O governo, os negócios e a sociedade civil. Essa parceria precisa ser forte. Precisa haver uma coalizão ambiental. Existem muitas formas com as quais os líderes empresariais podem contribuir com a agenda climática", disse.

Má vontade das lideranças dos países mais ricos 

Moon também afirmou que um dos obstáculos é a falta de vontade dos países mais ricos, que se preocupam somente em enriquecer ainda mais e em reeleições.

"Os negócios têm de ter compromisso com o meio ambiente, o que está sendo produzido precisa ser algo útil para a sociedade civil. Você não está fazendo isso só para você mesmo você está fazendo algo, tenha isso sempre em mente", acrescentou o líder sul-coreano.

O governador Helder Barbalho destacou a confiança na oportunidade de se construir uma aliança em favor da transição econômica da Amazônia. Ele assinalou que o território estadual tem 9 milhões de habitantes, isto é, um terço da Amazônia Brasileira.

Helder Barbalho falou das potencialidades do Pará, como da alta produtividade minerária, agrícola e pecuária, entre outras atividades econômicas, que oportunizam novos modelos de negócios.

"Estamos aqui a discutir A Amazônia de hoje, estamos aqui a propor um modelo de desenvolvimento para a nossa região. Um modelo que não seja excludente, e que possa financiar a partir da atual gestão do uso do solo à construção de uma economia de baixo carbono, e que possa fazer da floresta viva o nosso principal ativo", afirmou o governador.

Diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann disse que há um propósito de valor que se expressa para todo o setor mineral e para a superação da crise do clima. Ele disse que a indústria da mineração se pauta pelo compromisso com a economia limpa. A Amazônia influencia o clima de todo o mundo. (...) Queremos assumir um compromisso com a Amazônia, o Brasil e o mundo”, frisou.

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