Altas nos reajustes de produtos hortis superam inflação de 4% em Belém

Levantamento realizado pelo Dieese na capital paraense aponta que itens como cariru, alface e cenoura foram campeões no aumento de preço durante 2023

Camila Azevedo
fonte

Cariru, alface, cenoura, repolho e beterraba são os produtos hortis - grupo das hortaliças, legumes e verduras - que acumularam os maiores reajustes nas feiras e supermercados de Belém entre janeiro e dezembro de 2023. Conforme aponta o levantamento divulgado nesta sexta-feira (05) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Pará, as altas chegaram a ultrapassar o índice da inflação prevista para o período, registrada em 4%.

A macaxeira, com elevação de 33,57% nos preços, o maço da salsa (20,09%), maço do feijão verde (14,96%) e o quilo da batata doce (14,8%) também encabeçam a lista dos produtos hortis com grandes reajustes confirmados pelo Dieese ao longo do ano passado. Entre os que apresentaram recuo, a instituição destaca a cebola (- 32,89%) e a abóbora (- 21,01%). Somente em dezembro de 2023, o Dieese contabilizou cerca de quinze itens com elevação, como a batata (9,74%).

Everson Costa, supervisor técnico da entidade, explica que o cenário apresentou instabilidade em 2023, sendo que o primeiro semestre foi marcado por altas nos preços dos produtos e o segundo - principalmente de agosto a outubro - por quedas, motivadas pelo barateamento de combustíveis e insumos. “[Porém], quando iniciamos novembro, começamos a perceber um movimento de alta desses preços, isso acontece também porque estamos falando de um final de ano que começou a ter variações climáticas muito fortes”.

“As ondas de calor fizeram com que a produção fosse fortemente afetada de duas maneiras. A primeira, nós perdemos produtos, e a segunda, aquilo que foi produzido, teve a qualidade prejudicada. Por exemplo, o tomate. Não foi do mesmo tamanho, mas foi produzido, foi ofertado. Assim como outros produtos que sofreram com as fortes ondas de calor e com as intensas chuvas que tivemos. Então, as variações climáticas interferiram fortemente na produção”, adiciona o supervisor.

Aliada à sazonalidade que as mudanças climáticas trouxeram, as distâncias percorridas para que os itens cheguem ao Pará também influenciam no preço final. “Como a gente está com distâncias gigantescas para que isso possa chegar e abastecer o estado, vamos pagar duas vezes. A primeira, pelo alto grau de dependência que a gente tem, muito disso que chega nas feiras não tem produção local. Nossa Ceasa vem de São Paulo, Bahia, do Sudeste, Sul e vamos pagar mais caro porque essas distâncias trazem o frete embutido”, frisa Everson.

Pesquisa por melhores ofertas pode ser solução, diz Dieese

A tendência projetada pelo Dieese é que os preços continuem altos durante o primeiro semestre de 2024. Por isso, Everson alerta para a importância de fazer pesquisas e encontrar as melhores ofertas. “A nossa previsão, acompanhando esses preços na ponta para o consumidor, é que se preparem, façam pesquisas, tentem observar as promoções. O que vai chegar aqui já é mais caro e como temos o inverno amazônico, que tem uma interferência no escoamento, o frete fica mais caro”, conclui.

Preços médios dos produtos hortis em Belém (fonte: Dieese)

Produto  Dez/2023  Nov/2023 Variação/Mês
Abóbora R$ 4,21 R$ 3,94 6,85%
Alface R$ 3,83 R$ 4,02 - 4,73%
Alfavaca R$ 1,84  R$ 1,82 1,10%
Batata lavada R$ 6,87 R$ 6,26 9,74%
Batata doce  R$ 6,75 R$ 6,82  - 1,03%
Beterraba R$ 5,91 R$ 5,54 6,68%
Cariru R$ 1,88 R$ 1,86 1,08%
Cebola R$ 7,10 R$ 6,98 1,72%
Cebolinha R$ 2,00 R$ 2,05 - 2,44%
Cenoura R$ 6,50 R$ 6,44 0,93%

 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA