Alta do dólar deve elevar preço do pão no Pará entre 2,5% e 3%
Valorização da moeda também terá influência nos preços de bacalhau, vinhos e azeite
Mesmo com a alta do dólar em 8,45% em agosto, o preço do pão no Pará e de outros produtos derivados do trigo, como biscoitos, não devem ter aumento na mesma proporção que a moeda. O presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, afirma que o aumento pelos produtores de trigo podem provocar reajuste entre 2,5% e 3% do preço.
A alta do dólar foi a maior valorização mensal desde setembro de 2015, quando a moeda americana avançou 9,09%, período em que o Brasil perdeu a classificação grau de investimento, primeiro pela S&P Global Ratings e depois pela Moody's. No final da última sexta-feira, 30, a divisa norte-americana terminou em baixa de 0,68%, cotada em R$ 4,1425. As informações são do Diário Comércio Indústria e Serviços (DCI).
A família paraense deve esperar que o pão de todo dia fique mais caro, mas não há razão para acreditar que o preço seguirá o dólar de forma igual. “Com certeza, terá reflexos. Mas nos últimos tempos, mesmo com a volta do aumento do dólar, não tivemos altas periódicas. A venda do pão depende do fornecedor do trigo e do local de venda, mas repare que não há uma tabela determinada. O que podemos afirmar é que o pão tem se mantido no mesmo patamar”, assegura Jorge Portugal.
O café da manhã do brasileiro, e o Pará não foge do padrão, tem o pão como item central. No entanto, para Portugal, o turno da tarde é o momento do dia em que os clientes do supermercado do Estado formam filas para adquirir o produto assim que sai do forno, pois o pão é consumido não apenas no horário da manhã.
“Todos os produtos importados sofrerão algum aumento, não só os que vêm dos EUA, pois o dólar é a base do comércio. Alguns exemplos são bacalhau, vinho, azeite e frutas importados, como castanha portuguesa e nozes. Mas esses produtos podem ser substituídos por outros, diferente do pão, que não tem concorrente. Embora a tapioca tenha tido aumento de procura, 98% das casas ainda preferem o pão”, compara o presidente da Aspas.
O banco norte-americano Bank of America Merrill Lynch afirma seguir "otimista" com o real, por conta do avanço das reformas do governo Bolsonaro, mas prevê a moeda estará acima de R$ 4 até o final deste ano. Nas previsões da instituição financeira, com o avanço da agenda de reformas e a redução dos prêmios de risco de ativos do Brasil, o dólar cairia para R$ 3,90 no começo de 2020 e para R$ 3,80 no segundo trimestre.
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