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Paraíso do Tuiuti homenageia a ilha do Marajó na Sapucaí nesta segunda-feira (20)

Escola de Samba do grupo especial do Rio de Janeiro mostrará uma epopeia marajoara com homenagem ao Mestre Damasceno

Vito Gemaque
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O Grêmio Recreativo Escola de Samba Paraíso do Tuiuti prepara os últimos detalhes para abrir o desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro na noite desta segunda-feira (20). Com o tema “Mogangueiro da cara preta”, a escola de 70 anos homenageará o Marajó. Ela apresentará como os búfalos naturais da Índia chegaram à Ilha do Marajó, na Província do Grão-Pará, no século XIX. A Paraíso do Tuiuti é a primeira escola a desfilar nesta segunda-feira de Carnaval em 2023. A agremiação do Morro do Tuiuti, do bairro de São Cristóvão, deve entrar às 22h.

A escola mostrará os búfalos, a arte marajoara, o folclore com homenagem ao Mestre Damasceno. O carnavalesco da Paraíso do Tuiuti, João Vitor Araújo, que trabalhou em parceria com Rosa Magalhães, adianta que a escola narrará uma grande epopeia. “A gente narra a saga da chegada dos búfalos no Brasil. Acho que todo mundo já ouviu falar da Ilha do Marajó, e todo mundo sabe que o símbolo da ilha do Marajó são os búfalos, mas ninguém nunca parou para pensar, ou para se perguntar, como esses búfalos chegaram lá. Ou se eles são oriundos do Brasil, ou da América do Sul. Ninguém nunca parou para se perguntar isso”, destacou.

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A ilha do Marajó possui uma das maiores manadas de búfalos do mundo. Os carnavalescos resgataram a história da chegada dos animais na região após um naufrágio nas proximidades da costa brasileira. Os bovinos saídos da Índia no século XIX eram comercializados como mercadorias de especiarias para a Guiana Francesa.

“Reza a lenda que esse navio colidiu com uma pedra numa noite de tempestade e esse navio naufragou. A tripulação humana não sobreviveu, mas os bichos conseguiram nadar até a costa da ilha do Marajó. Se você me perguntar como conseguiram não sabemos. Acredita-se que a musculatura avantajada tenha sido um fator determinante nesta sobrevivência. Só sabemos que eles chegaram à costa da Ilha do Marajó, se adaptaram ao clima e vivem felizes até hoje”, conta o carnavalesco João Vitor Araújo.

Os búfalos se adaptaram à região e foram incorporados à economia e à cultura marajoara. A lenda do boi-bumbá foi inclusive adaptada com a participação do búfalo. O criador do folguedo búfalo-bumbá - o Mestre Damasceno – está no Rio de Janeiro para ser um dos homenageados pela escola junto com uma comitiva formada por artistas e técnicos, que formam o grupo Mestre Damasceno e os Nativos Marajoara. A viagem contou com o apoio do Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Turismo.

Mestre Damasceno

Damasceno Gregório dos Santos - o mestre Damasceno - está prestes a completar 69 anos e 50 de atuação na cultura popular. Oriundo do quilombo de Salvá, localizado no município de Salvaterra, ilha do Marajó, tornou-se pessoa com deficiência visual aos 19 anos, devido a um acidente de trabalho. Mestre Damasceno é cantor e compositor de toadas de boi-bumbá, de carimbó, xote, samba e até brega.

“A gente está ansioso, esperando somente a hora para pisar naquele tapete e para nós é muita felicidade, muita sorte. A gente está feliz com isso sim, porque já pensou a gente naquela Marquês de Sapucaí, sendo homenageado por uma escola do grupo especial. Para nós marajoaras e paraenses é uma grande representatividade chegar até esse momento. Agradeço muito, e primeiramente a Deus, por poder ajudar a colocar a gente lá. Agradeço às pessoas que tem ao nosso redor. Se não fosse o povo que incentiva a gente não chegaria onde chegamos”, destacou o mestre.

Mestre Damasceno já recebeu inúmeros títulos dentre eles o Prêmio Mestre da Cultura Popular do Estado do Pará - SEIVA, por meio da Fundação Cultura do Pará – Tancredo Neves (2015), e o reconhecimento como mestre de carimbó pelo Instituto do Patrimônio, Histórico e Artístico Nacional (IPHAN, 2017); além de muitas outras premiações e homenagens simbólicas, inclusive na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) e na Câmara Municipal de Salvaterra.

O carnavalesco João Vitor enfatiza que o Mestre Damasceno é a representação da riqueza cultural e folclórica do Marajó. “A gente traz para o desfile como protagonista dessa cena o grande Mestre Damasceno que é um artista múltiplo, que vive na região das ilhas do Marajó, e é um dos compositores mais importantes do Pará e da região Norte”, completa o carnavalesco.

João Vitor garante que a Escola tem muita simpatia e qualidade para conquistar o público e os jurados na avenida neste ano. “A Paraíso do Tuiuti tem tudo o que todo mundo quer ver. Tem o samba que todo mundo gosta, tem a rainha que todo mundo gosta, tem o cantor que todo mundo gosta, tem o casal que todo mundo gosta, e uma bateria que não preciso dizer nada, o mundo gosta da bateria do mestre Marcão, e sem contar com a comunidade do morro do Tuiuti que é o coração da escola”, ressaltou.

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