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Danilo Caymmi entrelaça músicas e histórias de seu pai em show em Belém

Espetáculo 'Viva Caymmi' marca os 10 anos da morte do gênio da Música Popular Brasileira

Vito Gemaque
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O balanço de uma jangada no mar das águas verdes da Bahia, a formosura das mulheres morenas e a riqueza da vestimenta das baianas com seus adereços são imagens nítidas e quase sensoriais nas músicas do compositor e cantor Dorival Caymmi (1914 – 2008).

O baiano falecido há dez anos é um dos grandes gênios da Música Popular Brasileira e construiu um acervo de 20 álbuns com clássicos reconhecidos, que influenciam compositores até hoje. Parte desse repertório chega a Belém com a voz, interpretação e as lembranças do caçula dos três filhos de Dorival e dona Stella, Danilo Caymmi, que traz o espetáculo "Viva Caymmi – 10 anos sem Dorival Caymmi", nesta sexta, 22, e sábado, 23, às 20h, no Teatro do Sesi.

Pela primeira vez na capital paraense, o espetáculo mostra as canções e as histórias por trás delas. As músicas de Caymmi, na maioria voz e violão, têm uma profundidade indispensável que todas as gerações brasileiras precisam ouvir.

“É por isso que eu estou indo para aí, para manter esse repertório vivo para a cultura brasileira. Vivemos uma época do imediatismo e de estilos que não são saudáveis para a cultura de maneira geral. Lembrando e trazendo essas canções, devolvidas para o povo, de décadas e décadas, para serem divulgadas, assim como a obra de Antônio Carlos Jobim, Pixinguinha, e outros. Vivemos uma época de muita velocidade de informação e isso, às vezes, deteriora os compositores do passado, os artistas do passado. O passado fica muito nebuloso, cabe a mim como filho tirar essa neblina”, esclarece Danilo Caymmi.

O espetáculo tem a base estruturada no storytelling em uma narrativa feita pelo ator Nilson Raman. A pesquisa de texto e a direção é do músico Flávio Mendes, parceiro de mais de uma década de Danilo e Nilson. Dentre os sucessos que estão no espetáculo “O que é que a baiana tem”, “Samba da minha terra”, “Marina”, “Samba da Bahia”, “O mar” e outros.

“O critério para escolha foi a própria história das músicas mais importantes. Os eixos das canções do mar, as canções urbanas, as canções ligadas à negritude e à religiosidade. A gente passa por essas fases todas”, detalha.

O show leva o público para um passeio em cenário único, com muitas informações sobre a história da Bahia, do Brasil e da música popular brasileira, em paralelo à história de Dorival Caymmi, que atravessou o século XX. “Viva Caymmi” apresenta ao público as músicas, a personalidade e a cronologia com as várias fases de Dorival.

Tem histórias da vida e carreira, com foco na obra musical e também de bastidores que só o filho, Danilo Caymmi, pode contar sobre o pai. Uma dessas lembranças é a alegria de Dorival eternizada na estátua em que segura o violão e está com um grande sorriso na praia de Copacabana, mesma localidade onde morou e faleceu na Zona Sul do Rio de Janeiro.

“Eu acho que a lembrança é o amigo de sempre. Eu sempre lembro dele e penso: 'o papai ia rir muito disso'”, enfatiza. “Esse é o meu sentimento em relação a ele. Eu não sinto falta, porque o vejo em várias situações diferentes”, complementa.

Para Danilo Caymmi, a maior relação que o pai desenvolveu em toda a vida foi com o povo brasileiro. “Eu acho que ele sempre prestou muito atenção no povo, em ver muito de perto, na rua, como grande observador. Ele falava que era um contemplativo. Ele traduzia e filtrava o que via para a linguagem popular, para música, é um trabalho muito simples e ao mesmo tempo complexo”.

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