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Ruth Clark MC lança o álbum autoral 'Ubuntu'

A rapper paraense traz beats variados, do trap funk ao bombap raiz, com samples brasileiros, como Pixinguinha.

Redação Integrada
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Ruth Clark MC lança o álbum de estreia “Ubuntu” nesta terça-feira, 20, às 13 horas, no canal oficial da artista paraense no Youtube. O projeto autoral traz 13 faixas com beats variados, do trap funk ao bombap raiz, e samples brasileiros, com destaque ao solo de flauta de Pixinguinha no chorinho “Naquele Tempo”, que adaptado ao trap na faixa “Dom”, carro-chefe do trabalho.

“A faixa Dom fala sobre autoestima, respeito, superação, respeitar o trabalho de mulheres negras, que é invisibilizado, na maioria das vezes. O instrumental foi feito pelo meu companheiro da vida e da arte, Arllanzin (Arllan Trindade)”, descreve Ruth. Ele assina os beats, mixagem e masterização.

A faixa-título, já conhecida do público de Ruth Clark, ganhou um remix nesse álbum. A rapper vem reafirmar o conceito africano (Ubuntu), que tem origem na língua Zulu do grupo linguístico bantu, e significa que “uma pessoa é uma pessoa por meio de outras pessoas".  O conceito faz referência à cooperação, à solidariedade e ao respeito nas relações humanas e, especialmente, vem denunciar a realidade enfrentada pelo negro de periferia brasileiro, sobretudo o racismo.

“Não tem como eu ser feliz se nem todos são. Com ‘Ubuntu’ eu venho falar politicamente que nós, negros, não estamos sendo felizes em um país racista e questiono por que tem pessoas felizes com o racismo e por que tem pessoas felizes sendo racistas?”, destaca Ruth. “‘Ubuntu’ vem falar um pouco sobre as nossa vivências, o que tá acontecendo com o povo preto dentro da periferia”, completa.

A ideia de trazer para o álbum a obra de Pixinguinha, um dos ícones da música popular brasileira, foi dar uma pitada brasileira ao rap que, comumente, traz as vivências de outros países, especialmente do negro norte-americano. “’Ubuntu’ vem mostrar o que o povo brasileiro vem sofrendo, deixar um pouco de lado o que acontecendo fora do nosso país, para falar da nossa originalidade, de como estamos atravessando a pandemia”.

Ruth convidou parceiros da trajetória musical de cinco anos para participarem do álbum: Seita XXI faz duo com a rapper na faixa “Tá Roça”, Agatha Sou em “Cor Púrpura”, Samatha em “Contra mão”, Nega Ysa em “Pretas Sem Etiquetas” e Xico Doido em “Preto Contente”. Ainda, Arllan Trindade participa de duas faixas: “Amor, Preto” e “Passando Longe”, sendo que Geléia MC também é convidado nessa segunda música.

O álbum foi contemplado pela Lei Aldir Blanc, por meio dos governos federal e do estado do Pará. A divulgação do áudio começa pelo Youtube e, dentro de dez dias, será lançando nas outras plataformas digitais.

História

Ruth Clark MC, nome artístico de Ruth Souza, é mulher negra ativista, periférica e moradora de Belém, onde iniciou a carreira participando de batalhas de MCs em 2016. Antes disso, atuou como cantora e atriz em musical e peça de teatro.

No rap ela amadureceu a veia poética e passou a compor músicas com letras voltadas ao empoderamento negro e feminino. Ruth é autora de composições como "Ubuntu" e "Gente Preta I e II", que alcançaram públicos fora da capital paraense. E também participou de eventos como "Rock in Rio Guamá" e abriu shows de cantores de relevância nacional como Nego Max e MV Bill. Em 2019, o clipe da artista "Gente Preta II" foi um dos selecionados para a 12ª Mostra Curta Audiovisual, de Campinas, São Paulo.

 

“O rap é abrangente, traz mensagens futuristas, o rap é a forma de se expressar”, define a cantora e compositora.

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