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Paulo Miklos chega aos 60 anos com carreira em vários setores artísticos do Brasil

Integrantes do Titãs fala sobre projetos na música, cinema e televisão com exclusividade ao O Liberal

Lucas Costa

Integrante de uma das bandas mais representativas do rock nacional da década de 80, Paulo Miklos chega aos 60 anos com uma carreira autêntica construída em diversos setores da arte no Brasil. Atualmente ele dá vida ao beato Jurandir no horário nobre da TV Globo, na novela “O Sétimo Guardião”.

Para falar da nova idade, projetos na música, cinema e televisão, o artista concedeu uma entrevista por telefone ao jornal O Liberal, onde também falou sobre a relação com a capital paraense. Confira a entrevista na íntegra.

Cultura O Liberal -  Você tem uma vida artística intensa sempre produzindo músicas, teatro, televisão e cinema. Como é chegar aos 60 anos tão ativo assim?

Paulo Miklos - É muito bacana. Acho que é algo que a gente faz e não sente essa chegada da idade, porque essa atividade intensa mantém a gente ocupado e com o mesmo vigor artístico, e com intensidade para você cumprir agenda e dar conta dos compromissos todos. Isso me ajuda a me manter interessado e curioso, então eu não sinto essa um peso da idade, é o contrário. Atualmente tenho calma e maior tranquilidade de abraçar os desafios, e um autoconhecimento maior de reconhecer os meus limites. Já não bebo álcool e não viro noite, por exemplo, porque se eu fizer vou pagar um preço alto fisicamente, e isso vai me distanciar de cumprir meus compromissos.

C.L - Dá para perceber que as suas referências musicais são várias: do jazz, MPB, samba e rock. Quais são as principais referências musicais que te marcaram até hoje?

P.M - Tenho minha formação de MPB, e eu cresci ouvindo essa geração fabulosa e talentosa: Caetano Veloso, Milton Nascimento, Elis Regina, Maria Bethânia, Gal Costa. Ao mesmo tempo em que eu entrei em contato com o rock dos Mutantes, Led Zeppelin, e mais tarde a música punk rock com bandas como o The Clash. Também toquei flauta transversal, saxofone, e ouvi muito jazz.

C.L - O rock e os Titãs sempre foram muito conhecidos pelo caráter contestador. O terceiro álbum da banda “Cabeça Dinossauro” continua sendo muito atual. O que você acha da situação do Brasil atualmente?

P.M - Acho que esse mesmo álbum continua atual, continua falando sobre as instituições e continua valendo para hoje. Não sei como seria recebido hoje, mas sem dúvida ele seria muito atual no tema que abordou. Meu disco de 2017 também tem essa pegada mais contestação, de comentar nossa realidade; fiz uma canção em parceria com o Erasmo Carlos que chama ‘País Elétrico’, e ela vem nessa linha, tem a mesma pegada de comentar a realidade brasileira. Essa música eu fiz uma brincadeira, mandei um e-mail propondo a parceria ao Erasmo, e comentei sobre um notícia que li onde dizia que eram cinquenta milhões de raios que caiam sobre o Brasil anualmente. Então disse que era o país mais elétrico do mundo.

C.L - Você vem de uma geração musical que está em atividade desde os anos 80, e atualmente a música brasileira tem acompanhado um movimento com muitos novos artistas formando uma cena chamada de ‘Nova MPB’, com gente que deve ter os Titãs entre as influências. De que forma você acompanha tudo isso?

P.M - Eu acompanho muito coisas que eu gosto, inclusive alguns artistas dessa nova geração estão comigo no meu disco, justamente por eu manter esse contato com a nova geração. Tem o Emicida, com quem eu compus a música que abre o disco; e também o Tim Bernardes, que é um jovem talento incrível, guitarrista e compositor; tem gente como a Ceú e o Silva também. Na novela eu tenho uma canção desse disco, trilha do meu personagem com a Zezé Polessa, ‘Prinício Ativo’, música minha com a Céu. Então o disco é justamente resultado desse meu contato contante com essa nova geração.

C.L - Essa nova geração também alguns artistas paraenses que vêm se destacando. Já ouviu algum?

P.M - Dos artistas do Pará eu conheço o Felipe Cordeiro. ele é um querido e planejo fazer uma parceria com ele no futuro, adoro o movimento da guitarrada, e acredito que é um verdadeiro desdobramento do rock’n’roll brasileiro.

C.L - Você fez alguns shows no Pará com os Titãs. Quais são as lembranças ou recordações que você tem do Estado?

P.M - O público de Belém é maravilhoso, é muito quente, e sempre com uma recepção calorosa. Fiz grandes shows na cidade, passeei de barco, conheci a culinária que é impecável, visitei o Ver-o-Peso. Fui de cima para baixo em Belém, e curti muito.

C.L - O que consideras mais difícil: compor uma música ou interpretar um personagem?

P.M - Eu acho que um coisa vem justamente da outra, muita gente me pergunta como me descobri ator, e os personagens são como as canções que a gente interpreta. Porque entendemos a profundidade delas e as vestimos. Sempre interpretei com profundidade, é minha marca.

C.L - Atualmente você interpreta o Jurandir na novela “O Sétimo Guardião”, que parecer ser um personagem muito diferente de você. Como é este desafio?

P.M - O personagem da novela é um beato, e a grande inspiração para ele foi minha mãe. Ela é católica fervorosa, e foi ficando mais ainda ao longo da vida quando ficou mais velhinha. É minha grande referência.

C.L - Atualmente você também participa de um projeto no cinema, o filme “O Homem Cordial”, do Iberê Carvalho. O que você pode falar sobre ele?

P.M - Esse filme é interessante. Quando eu recebi o convite, disse ao Iberê que achava estranho, porque o personagem é um rockeiro dos anos 80, e eu sou um rockeiro dos anos 80. Acho que os personagens podem às vezes se aproximar mais ou menos da gente; se o da novela é distante de mim, o Aurélio de ‘O Homem Cordial’ é bem mais próximo, mas com suas características próprias, e a gente precisa entender quem é esse homem. O filme já está todo filmado, e a notícia que tenho é que o Iberê viajou para um festival em Berlim onde vai mostrar o estágio atual do filme em uma rodada de negociações, para arrecadar fundos para a finalização do filme. Estou muito ansioso para saber desses resultados.

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