Cordão do Galo ganha mostra de documentários e show para ajudar famílias

O Instituto Arraial do Pavulagem e a Irmandade do Glorioso São Sebastião realizam na próxima sexta-feira, dia 5, a I Mostra Cine Cordão do Galo, no Teatro Estação Gasômetro. A mostra terá a exibição de três documentários sobre o Cordão do Galo, a partir das 19h, com bate-papo com os diretores e apresentação de um pocket show com Ronaldo Silva, Iris da Silva e Allan Carvalho. Os ingressos antecipados custam R$ 10. Os recursos serão todos revertidos para ajudar as famílias que participam do Cordão do Galo.

Os documentários serão “Cordão do Galo – Folguedo Popular do Pará”, de Guto Nunes, “Cordão do Galo – 15 anos” de Fabrício Coleny, e “Minidoc Cordão do Galo” de Arthur Santos. Os curtas-metragens trazem três olhares diferentes, em momentos históricos distintos, com o registro do projeto Cordão do Galo que é realizado em Cachoeira do Arari, no Arquipélago do Marajó. Os realizadores dos documentários falarão sobre identidade, oralidade, manutenção da memória e perspectivas identitárias.

“A ideia surge depois de perceber que os três documentários embora versem sobre a mesma ação no cenário de Cachoeira do Arari, Marajó, onde acontece o Cordão do Galo, tem abordagens diferentes e conectar numa mostra esses três olhares, em momentos históricos distintos talvez seja a melhor maneira de compreender a complexidade e a singeleza dessa ação”, explica o produtor da Mostra, João Guilherme Ribeiro, de 53 anos.

Ronaldo Silva, Alan Carvalho e Iris da Selva irão cantar e tocar as músicas compostas para o folguedo ao longo dos 16 anos de atividades, músicas que foram lançadas em CD e um livro na comemoração dos 15 anos do Cordão.

De acordo com o compositor e cantor Ronaldo Silva, que é um dos realizadores do Cordão do Galo, na sua cidade natal, é fundamental envolver as crianças e a comunidade no processo. “O Cordão do Galo é uma alternativa. Uma experiência inovadora em Cachoeira do Arari. A gente teve o cuidado para envolver a comunidade. É um projeto necessário para pensar o futuro da criança marajoara. É como se fosse uma incubadora de cultura, educação e cidadania. A importância do Cordão do Galo é total para Cachoeira, para o Marajó, para todo mundo”, declara.

O documentarista Guto Nunes, responsável pelo documentário “Cordão do Galo – Folguedo Popular do Pará”, espera que o público desperta para a importância da centralidade das crianças nas manifestações culturais. “Espero que o público absorva essa preocupação e importância de colocar a criança no centro das atenções dessas manifestações culturais e de projeção e salvaguarda para o futuro e também que desperte a vontade de estar presencialmente no Cordão do Galo. Que desperte esse valor simbólico que a cultura popular marajoara já tem como atrativo, mas que por meio de uma ferramenta de uma linguagem do audiovisual possa condensar diversas informações em um curto espaço de tempo”, declara.

Fabrício Coleny, responsável pelo documentário “Cordão do Galo – 15 anos”, explica que o filme tenta mostrar a vivência de quem organiza o folguedo. “Mais do que um registro histórico, a ideia foi mostrar a vivência de quem se envolve com a organização e também de quem participa da manifestação em si. Com as falas dos entrevistados a intenção foi que cada um falasse o que representa a manifestação para si e o que ela pode deixar como legado ao ser inserida no contexto da Festividade de São Sebastião em Cachoeira do Arari”, revela.

HISTÓRIA - O Cordão do Galo é um folguedo popular atrelado à Festividade do Glorioso São Sebastião, (patrimônio cultural imaterial do Brasil), que acontece sempre no mês de janeiro em Cachoeira do Arari, uma semana antes do Dia de São Sebastião. Por conta disso, passou a se constituir também como salvaguarda daquele patrimônio, esse projeto sócio-cultural é realizado desde 2008 pelo Instituto Arraial do Pavulagem com parceria da Irmandade dos Devotos do glorioso São Sebastião, Associação Musical João Viana (AMJOV), Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e Prefeitura Municipal de Cachoeira do Arari.

A programação ocorre de 8 a 14 de janeiro de 2024 na 16ª edição consecutiva do brinquedo popular, na forma de um galo que simbolicamente homenageia o padre Giovanni Gallo, fundador do Museu do Marajó. A programação prevê oficinas de Canto Popular, Dança, Perna de Pau e Percussão (com entregas de kits escolares e de higiene, brinquedos, roupas e cestas básicas para as crianças, adolescentes e familiares participantes do projeto).