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Participação social e papel do setor privado são debatidos no Global Citizen Now Amazônia, em Belém

Líderes indígenas e comunitários ressaltaram a importância do diálogo para a sustentabilidade da região

Gabriel da Mota
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A programação da tarde do Global Citizen Now Amazônia, realizada nesta quinta-feira (24) na Estação das Docas, em Belém, seguiu com discussões sobre o futuro da Amazônia e a preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30). Os painéis destacaram a adaptação climática das comunidades, a mobilização de povos tradicionais e o papel do setor privado na região.

Jean Ferreira da Silva, membro do Comitê Executivo da COP das Baixadas, citou a percepção das comunidades sobre conferências climáticas globais. “Eu participo desde a COP 27 no Egito. Quando voltei de lá, uma pessoa da minha rua falou assim: ‘O que vem daí para o Jurunas?', que é o bairro onde moro". Segundo ele, embora as conferências tratem de metas e acordos internacionais, as comunidades necessitam de “soluções para ontem”.

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Kleber Karipuna, coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), reforçou a importância da atuação das lideranças indígenas e citou a conquista do artigo 231 da Constituição de 1988, que trata da demarcação dos territórios. “Infelizmente, ainda há um déficit gigantesco de terras indígenas a serem regularizadas”, disse. Para ele, o protagonismo atual do movimento é resultado da unidade e do investimento na formação política e técnica das lideranças, que têm atuado em áreas como direito e comunicação.

image  Kleber Karipuna, coordenador executivo da APIB (Thiago Gomes / O Liberal)

 

 

Papel do setor privado na sustentabilidade

Os debates também destacaram a necessidade de colaboração entre empresas e comunidades para a construção de um presente-futuro sustentável. Puyr Tembé, secretária de Estado dos Povos Indígenas do Pará, defendeu o diálogo com os povos originários na implantação de empreendimentos na região. “Às vezes, as empresas têm medo do diálogo, porque não conhecem o movimento indígena. A gente se desafiou a avistar esse lugar de secretaria, tão distante da gente, para tentar construir em conjunto”, comentou.

Manuela Yamada, diretora de certificação da Equitable Earth, ressaltou que os sistemas de certificação de carbono precisam integrar as vozes dos povos originários de todo o país. “Toda essa estrutura que existe hoje em dia com o sistema de certificação precisa integrar a voz dos povos originários. Ele não pode ser lançado só no Norte e desconsiderar os povos que estão no Sul”, pontuou.

O evento encerrou com uma apresentação cultural do Arraial do Pavulagem.

 

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