‘O mundo deve remunerar a Amazônia pelos serviços que ela presta’, diz Luís Roberto Barroso na COP

Em sua fala durante a COP 30, o ex-ministro do STF defende que a preservação da Amazônia deve ser compensada financeiramente e destaca o papel crucial da floresta na luta contra o aquecimento global.

Abner Luiz e Jéssica Nascimento
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Durante o 4º dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorre em Belém, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso fez um apelo contundente pela remuneração dos serviços ambientais prestados pela floresta amazônica. Segundo Barroso, a Amazônia não deve ser apenas reconhecida por sua importância, mas também compensada financeiramente, já que desempenha um papel vital no combate às mudanças climáticas e na manutenção do equilíbrio ecológico global.

Em um evento de grande repercussão internacional, Barroso aproveitou sua fala para destacar a importância simbólica da COP 30, realizada na Amazônia, região reconhecida como a maior prestadora de serviços ambientais do planeta. O ex-ministro ressaltou que a floresta tropical não é apenas um tesouro natural do Brasil, mas um patrimônio global, cuja preservação é fundamental para a saúde ambiental do planeta.

"A Amazônia é a maior prestadora de serviços ambientais do mundo. Ela é a maior concentração de biodiversidade, tem um papel central no ciclo da água e das chuvas e ainda é a maior armazenadora de dióxido de carbono do planeta", afirmou Barroso, reforçando a relevância da região na luta contra o aquecimento global.

O ex-ministro também detalhou o papel da Amazônia na formação dos "rios voadores", que são responsáveis por levar umidade da floresta para outras regiões da América do Sul, garantindo as chuvas que sustentam a agricultura e os ecossistemas.

Proposta de monetização

Uma das falas mais contundentes de Barroso foi a proposta de que o mundo precisa começar a "monetizar adequadamente os serviços ambientais prestados pela floresta amazônica". Para o ex-ministro, a preservação da Amazônia deve ser reconhecida não apenas como uma questão de política pública, mas também como uma questão econômica.

"A floresta amazônica presta serviços inestimáveis à humanidade, e, portanto, precisa ser remunerada por isso", afirmou.

Essa remuneração, segundo ele, não deve ser encarada apenas como um ato simbólico, mas como uma forma de compensação financeira que pode impulsionar o desenvolvimento sustentável das populações que vivem na região, ao mesmo tempo em que contribui para a proteção da floresta.

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Barroso ressaltou ainda que, embora a realização da COP 30 na Amazônia seja um reconhecimento da importância da região, esse gesto simbólico precisa ser acompanhado de ações concretas.

"O mundo não deve apenas homenagear a Amazônia trazendo a COP para cá. A verdadeira homenagem seria remunerar a floresta pelos serviços que ela presta à humanidade", defendeu o ex-ministro.

COP 30 e o futuro da Amazônia

Para Barroso, a Amazônia ocupa uma posição central nesse cenário, e a sua preservação deve ser encarada como uma prioridade global. Ele lembrou que o desmatamento na região tem impactos diretos no clima global e nas condições de vida de milhões de pessoas, não apenas no Brasil, mas em toda a América do Sul e no resto do mundo.

"A proteção da Amazônia é uma tarefa de todos", afirmou, concluindo sua fala com um apelo pela criação de um modelo econômico que alavanque a preservação da floresta e permita um futuro mais sustentável para as populações da região e para o planeta como um todo.

 

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