Nova York: COP30 deve definir caminhos para US$ 1,3 tri em financiamento climático
Presidência da COP 30 destaca Semana do Clima de Nova York ‘mutirão’ para implementar acordos climáticos

A Semana do Clima de Nova York, aberta no domingo (21/9), destacou a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) como momento decisivo para avançar na implementação dos compromissos já firmados e estabelecer a rota para alcançar 1,3 trilhão de dólares em financiamento climático. O encontro segue até 28 de setembro, paralelo à 80ª Assembleia Geral da ONU.
O presidente da COP 30, embaixador André Corrêa do Lago, apresentou a ideia de “mutirão” como símbolo da mobilização coletiva que o Brasil pretende levar à conferência em Belém, a ser realizada em novembro, em Belém. “A ideia do mutirão é de que todos podem contribuir, dentro de suas capacidades, desde que saibam para onde estão indo”, explicou. Ele destacou ainda o significado da conferência ocorrer na Amazônia, onde vivem 15,5 milhões de pessoas, 75% delas em áreas urbanas. Segundo ele, universidades da região já entregaram propostas para as 30 prioridades da Agenda de Ação da COP30.
Para Simon Stiell, secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), a conferência será um marco para consolidar o chamado roteiro Baku-Belém, que detalha os passos até o financiamento trilionário para países em desenvolvimento. Ele lembrou que, embora lento, o processo iniciado no Acordo de Paris tem mostrado avanços. “Antes de Paris, o mundo estava no caminho de um aquecimento de 5ºC; hoje, está em torno de 3ºC”, afirmou.
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O debate sobre financiamento, que em Baku evoluiu de US$ 100 bilhões para US$ 300 bilhões, ganha novo fôlego em Belém, onde a expectativa é definir como chegar ao patamar de US$ 1,3 trilhão. Stiell ressaltou que a COP 30 representa a primeira vez em que todos os elementos do Acordo de Paris estarão prontos para execução, exigindo mobilização de governos, empresas, academia e sociedade civil.
Outro ponto central será a entrega das novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), compromisso dos 195 países signatários para reduzir emissões. Os documentos devem ser enviados até o fim de setembro, e a UNFCCC divulgará, em outubro, um relatório sobre o nível de ambição das metas. Para Stiell, ainda que as contribuições fiquem aquém do recomendado pela ciência, o essencial será acelerar a implementação. “A principal resposta é simplesmente fazer acontecer”, concluiu.
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