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João do Clima: paraense vira referência internacional na luta ambiental e conselheiro da Unicef

Com 16 anos, jovem ocupa um lugar que muitos ativistas levariam uma vida para alcançar

Eva Pires / Especial para O Liberal
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Aos 16 anos, João Victor da Silva, conhecido como João do Clima, já ocupa um lugar que muitos ativistas levariam uma vida para alcançar. Morador da Ilha de Caratateua, em Belém, o jovem paraense é conselheiro do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), referência em ativismo socioambiental na Amazônia e uma das vozes mais potentes da juventude na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). 

Entre uma plenária e outra, ele aproveitou o evento para pressionar negociadores e chamar atenção para uma verdade desconfortável: “Somos nós, jovens da periferia, os que menos poluímos e os que mais sofremos com a crise climática”.

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A assinatura da carta foi na zona verde da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

Antes de chegar aos palcos internacionais, João começou pela ponta mais próxima: a rua da própria comunidade. Na ilha onde mora, havia um lixão a céu aberto ocupando uma via. Organizou vizinhos, ocupou a rua por dias, atraiu a atenção de autoridades e, após quase uma semana de mobilização, conseguiu que o lixo fosse removido. “Depois disso, a gente plantou mudas, pintou pneus, reflorestou. Foi uma restauração feita pela própria comunidade”, conta. Foi ali que descobriu que podia ir além.

Aos poucos, João passou a ocupar espaços de decisão em Belém e no Brasil. Virou embaixador do Fórum de Desenvolvimento do Distrito das Ilhas, onde criou a coordenação de juventude – a primeira, segundo ele, a priorizar o protagonismo de jovens amazônidas em políticas para os territórios insulares. O reconhecimento chegou até o UNICEF. “Eles viram meu ativismo nas redes e na comunidade, me indicaram e eu fui aprovado. Viajei pra Brasília com outros adolescentes do país todo para formar o conselho”, relembra.

Na COP 30, João tem sido presença constante em painéis e negociações, pressionando delegações e lendo documentos políticos. Ele insiste que a participação da juventude não pode ser simbólica. “Aqui decidem o futuro da Amazônia e do planeta. A gente precisa estar nesses espaços porque somos a geração mais afetada. Estamos vivenciando agora os impactos da crise climática, e não no futuro distante”.

Para João, a cobrança é clara: “Os adultos não estão tomando as decisões corretas, e a juventude paga a conta”. Ele convoca outros jovens amazônidas a ocuparem seus espaços: “Mesmo que devêssemos estar estudando ou brincando, nós precisamos incidir politicamente. Porque somos o presente. E só nós sabemos o que vivemos nos nossos territórios”.

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