COP 30: Novo programa estabelece caminhos para o financiamento climático a nível global
Iniciativa global RAIZ busca ampliar o acesso a financiamento climático e apoiar a recuperação de áreas degradadas, com foco em pequenos e médios produtores rurais.
O RAIZ (Resilient Agriculture Investment for net-Zero land degradation, na sigla em inglês), é uma iniciativa global que objetiva promover o financiamento climático. A diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade (ICs), Maria Netto Schneider , esteve na mesa que discutiu a iniciativa, nesta quinta-feira (20) na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), e destacou o potencial da ideia. Segundo ela, não se trata apenas de um novo fundo, mas de uma mobilização de cooperação internacional para atender a necessidade de cada território.
Segundo Maria Netto Schneider, o RAIZ não se limita à criação de um fundo financeiro. “Não se trata apenas de um novo fundo, mas de uma mobilização de cooperação internacional para atender a necessidade de cada território”, afirmou. A iniciativa busca conectar recursos globais a projetos locais que promovam tanto a produção de alimentos quanto a restauração ambiental.
O Brasil é apontado como um dos países com maior potencial para implementação do programa. Com mais de 80 milhões de hectares de áreas degradadas, muitas delas em propriedades de pequeno e médio porte, o país enfrenta desafios específicos.
“Para propriedades pequenas, você precisa de apoio de cooperação técnica para ajudar a entender quais são as medidas e oportunidades para recuperar a terra”, explicou Maria Netto.
A diretora do ICs destacou que a recuperação dessas áreas envolve custos significativos. “A recuperação da terra para um agricultor tem um custo. Você precisa de muito capital para poder investir e melhorar a terra para que ela possa produzir de novo alimentos ou para fazer a restauração florestal”, disse.
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O acesso ao financiamento é um dos principais obstáculos. Pequenos e médios produtores frequentemente encontram barreiras para obter recursos, o que limita a adoção de práticas de restauração.
“Uma barreira pra isso é o financiamento, porque muitos agricultores já têm dificuldade de acesso e não querem assumir um investimento alto com custo elevado”, completou.
Com o RAIZ, a expectativa é criar mecanismos de apoio técnico e financeiro que tornem viável a recuperação de áreas degradadas, fortalecendo a agricultura sustentável e contribuindo para metas globais de neutralidade de carbono e preservação ambiental. A iniciativa será acompanhada por uma rede internacional de cooperação, voltada a identificar soluções adaptadas às realidades de cada território.
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