COP 30: Embrapa lança AgForest para acelerar a bioeconomia com inovação agroflorestal
A iniciativa amplia o uso compartilhado da infraestrutura para fomentar inovação e fortalecer o ecossistema agropecuário
A Embrapa apresenta no dia 18 de novembro, às 10h, no Pavilhão de Exposições, auditório 2, na AgriZone, Casa da Agricultura Brasileira, o AgForest Lab - um laboratório vivo no formato de fazenda produtiva. Esse novo empreendimento, localizado em Belém, será dedicado ao co-desenvolvimento de sistemas agroflorestais escaláveis para o bioma Amazônico.
O anúncio ocorre durante a COP 30 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas) e integra estratégia institucional para dar visibilidade global a modelos sustentáveis de produção agrícola que combinem benefícios econômicos, sociais e ambientais. Também, buscará dar visibilidade sobre o empreendimento e atrair potenciais parceiros e investidores interessados.
A iniciativa, segundo Farm Lab da Embrapa, faz parte da expansão do conceito de compartilhamento de sua infraestrutura física para criação de ambientes promotores de inovação e para o fortalecimento do ecossistema de inovação e empreendedorismo agropecuário brasileiro.
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O conceito de laboratório vivo no formato de fazenda produtiva permite complementar outras iniciativas e infraestruturas já estabelecidas em Belém, possibilitando atividades em campo e instalação de sistemas agroflorestais. Esses sistemas servirão de modelos para os processos de inovação, principalmente, ações de desenvolvimento, validação e demonstração de soluções tecnológicas.
Os sistemas agroflorestais escaláveis vão complementar outras iniciativas já em curso e buscarão trazer resultados significativos para impulsionar a bioeconomia regional e responder aos desafios das mudanças climáticas, tão relevantes para o bioma amazônico.
A sua implementação ocorrerá em um campo experimental de 213 ha, da Embrapa Amazônia Oriental, localizado em Belém, durante o ano de 2026.
Da pesquisa à prática: conectando ciência e mercado
O espaço será aberto para empresas, de diferentes portes, instituições, entidades, universidades e produtores rurais que queiram, principalmente, desenvolver, validar e demonstrar tecnologias ligadas à inovação agroflorestal na Amazônia.
Inspirado no conceito de soluções baseadas na natureza, os sistemas agroflorestais escaláveis são vistos como modelos customizados com alto potencial de impacto positivo para restauração de áreas degradadas e quanto à combinação da atividade agrícola com a preservação do bioma. “O AgForest Lab constitui um laboratório vivo institucionalmente concebido para transformar campos experimentais em verdadeiras plataformas de inovação aberta, promovendo a cocriação e o codesenvolvimento entre a Embrapa, empresas e instituições parceiras”, explica Vitor Mondo, supervisor de Ecossistemas de Inovação da Embrapa.
Segundo Mondo, este modelo já vem sendo operado há quase dois anos com sucesso em outra localidade do país e, combinando a infraestrutura de pesquisa da empresa com a expertise de seus especialistas para cocriar soluções sustentáveis em menos tempo e com menos recursos.
O supervisor enfatiza que essas iniciativas geram processos mais ágeis e eficientes, otimizando o uso do conhecimento científico em benefício do mercado e da sociedade. No caso dos SAFs, isso significa produzir com a floresta em pé e restaurar áreas antes degradadas por meio de modelos produtivos sustentáveis e alinhados aos desafios de cada região.
Sustentabilidade aplicada em escala
Além de ser um ambiente de pesquisa e desenvolvimento, o AgForest Lab pretende se consolidar como um marco para a inovação agroambiental na Amazônia, reforçando o papel da Embrapa no apoio às soluções baseadas na natureza. Em Belém, o empreeendimento dedicado aos Sistemas Agroflorestais escaláveis (SAFs) — arranjos produtivos que integram espécies florestais, agrícolas em um mesmo espaço.
No modelo proposto, os SAFs são pensados para serem, após validação, replicados para grandes áreas, com potencial de sustentação de cadeias produtivas de alto valor agregado e, também, novos insumos para descarbonização de cadeias industriais tradicionais.
Bruno Giovany de Maria Bruno, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, a fazenda Felisberto Camargo, localizada na capital, será remodelada para atender ao AgForest Lab. “A ideia é cocriar um ecossistema de inovação robusto, com uma rede de parcerias que já conta com mais de dez instituições”, afirma o gestor. “Os sistemas agroflorestais que propomos aqui são pensados em escala: são produtivos, geram renda e conservam a biodiversidade. Trabalhamos com espécies amazônicas de alto valor econômico e ecológico, que abastecem mercados com crescente demanda por insumos sustentáveis e de origem florestal.”
O gestor citou como culturas potenciais aos SAFS, o açaí, andiroba, cacau, café, cumarú, dendê, e demais espécies com potencial para produção agrícola em escala.
Impacto positivo para a Amazônia e o mundo
Sustentando novos modelos de produção agrícola por meio de ciência e tecnologia, o AgForest Lab se posiciona como uma resposta concreta aos compromissos climáticos globais e aos debates da COP 30, que ocorrem pela primeira vez na Amazônia.
O Laboratório vivo oferecerá um caminho replicável e escalável para a transição agroambiental no Brasil e para a bioeconomia regenerativa — e reforçará o setor como solução no enfrentamento das mudanças climáticas.
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