COP 27: Indígenas esperam que Lula os represente no cenário internacional

O presidente eleito ouviu o Fórum Internacional dos Povos Indígenas em sua última agenda pública na COP 27

Alice Martins
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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com indígenas de todos os continentes na tarde desta quinta-feira (17) e a mensagem repassada pelo povos ali representados foi uma: Lula deve ser aliado e levar as demandas dessas populações a nível internacional, seja em reuniões bilaterais ou encontros mundiais com outros governantes.

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Esse foi o último compromisso público de Lula na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27. O presidente eleito chegou embalado por música indígena e de braços dados com as políticas e lideranças indígenas Sônia Guajajara, Joênia Wapichana e Célia Xakriabá.

"Assumir a responsabilidade de representar os povos indígenas é uma coisa que eu não tenho tamanho para, mas eu tenho vontade e compromisso", disse Lula.

Na visão do presidente eleito, direitos dos povos indígenas não é um assunto levado para a mesa de discussão como deveria. "Temos que mudar nossa compreensão sobre o mundo. As pessoas que governam olham sob uma lógica totalmente diferente da de vocês [indígenas]. Os povos indígenas e pobres não são tratados como seres humanos, são tratados como números", observou.

Conforme tem sido seu discurso na COP 27, Lula cobrou maior investimento internacional para a proteção dos povos tradicionais. "Quantos trilhões de dólares são gastos com guerra, com armas?", questionou, dizendo que esse dinheiro poderia ser usado para investir em pautas socioambientais.

Jennifer Lasimbang, representante dos Povos Indígenas da Ásia, foi a primeira a deixar bem claro o papel que espera que Lula desempenhe quando assumir a presidência do Brasil: "Espero que você possa estimular os nossos presidentes também. Contamos com sua forte liderança".

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Chief Terry Teegee, representante dos Povos Indígenas da América do Norte, pediu que Lula mostrasse a Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, a importância de assumir esse papel de liderança para reconhecer os povos indígenas pelo mundo. "Precisamos de recursos e precisamos fazer parte das discussões", acrescentou o indígena.

Foi o que prometeu Lula: "Quero fazer uma governança que seja exemplo para o mundo. Se eu puder, vou representar vocês, em algum evento internacional, levando suas cartas e suas demandas".

Rodion Sulyandziga, representante dos Povos Indígenas da Europa Ocidental e Rússia, disse que os povos de todo mundo precisam da solidariedade de Lula "e de seus esforços para minimizar os efeitos da crise climática".

Lula disse que encara a demanda dos povos indígenas com seriedade e responsabilidade. "Já estive em uma reunião com a rainha [Elizabeth, da Inglaterra], mas nunca participei de uma reunião tão significativa como esta que estou fazendo hoje. Eu sou um grão de areia comparado à importância que vocês têm para o mundo. Um grão de areia sozinho não faz nada, mas um milhão de grãos de areia fazem uma praia", declarou Lula.

Além da criação do Ministério dos Povos Indígenas, durante a reunião Lula se comprometeu em retomar o Conselho Nacional de Política Indigenista a pedido de Sônia Guajajara, e defendeu que a Fundação Nacional do Índio (Funai) seja comandada por um indigena.

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