Com COP 30 em Belém, momento é oportuno para investir em novos negócios

Setores como hotelaria, gastronomia e turismo estão entre os que terão grandes demandas no ano que vem, segundo especialistas

Elisa Vaz
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A realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) em Belém, no final de 2025, abre portas para muitas oportunidades de negócios na capital. Embora reste apenas um ano e meio para o evento, quem quer investir em um empreendimento próprio já deve começar o planejamento operacional e financeiro.

Economista, Sérgio Melo explica que a COP 30 em Belém será um “catalisador significativo” para investimentos. “Investir em um negócio na capital paraense neste momento pode ser vantajoso, dada a expectativa de aumento do fluxo de turistas e delegações internacionais. A longo prazo, o evento pode consolidar melhorias na infraestrutura, elevar o reconhecimento internacional de Belém e potencializar setores como tecnologia verde, gastronomia e turismo, mantendo um legado econômico positivo”, destaca.

Os segmentos de turismo e hotelaria devem ser os mais demandados, na opinião de Melo, mas ele também pontua uma alta em setores como serviços de transporte, gastronomia e de tradução e interpretação para os turistas, além da área de eventos. No longo prazo, produtos e serviços ligados à bioeconomia devem ganhar protagonismo, para ele, principalmente aqueles que possuírem uma conexão e respeito com as comunidades tradicionais e com o meio ambiente.

Hotéis, bares e restaurantes

Quem pretende investir no segmento de hotéis, bares e restaurantes para lucrar durante a COP 30 já deve começar os trabalhos agora, segundo o representante do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Pará (SHRBS), Fernando Soares. “Você não pode deixar para fazer um negócio já no ano da COP, tem que começar agora a planificar. E o momento econômico do país já te faz pensar duas vezes, então o planejamento tem que ser muito bem feito para que você não fique só preso à COP, para que o negócio consiga existir depois”, diz.

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Por ser um evento mundial, Fernando acredita que haverá uma visibilidade “absurda” para a cidade e para as empresas locais, porém, é preciso avaliar bastante antes de tomar decisões. Em relação aos meios de hospedagem e alimentação fora do lar, de acordo com Soares, o empreendedor deve considerar, por exemplo, se a cidade terá eventos da mesma magnitude para manter o negócio em pleno funcionamento e com boa taxa de ocupação.

O principal cuidado que o empresário deve ter, na opinião do representante da categoria, é fazer uma pesquisa muito bem detalhada sobre o segmento. “Se você vai trabalhar com alimentação fora do lar, você não deve fazer um estabelecimento extremamente sofisticado, porque ele vai ter uma vida curta. Ele tem que conjugar algo sofisticado com uma coisa popular, para que você atraia público, senão é muito difícil depois de um evento desse você se manter no mercado”, argumenta.

Preparação para o evento

Antes de fazer um investimento, o economista Sérgio Melo afirma que é “crucial” realizar uma análise de mercado, isto é, entender o perfil consumidor, com quais concorrentes terá que lidar, buscar a diferenciação do produto ou serviço, se qualificar em gestão de negócios e se cercar de profissionais qualificados para auxiliar em questões referentes à contabilidade e marketing, por exemplo. Além disso, ele considera importante se conectar com o novo momento que a COP 30 inaugura, que é a priorização de negócios sustentáveis e que valorizam a sociobiodiversidade e os saberes tradicionais.

Segundo ele, a adaptação às tendências do mercado, como a demanda por produtos e serviços sustentáveis, é “vital” durante eventos como a COP 30. “As oportunidades de parcerias estratégicas envolvem as colaborações com empresas internacionais, governos, e ONGs, potencializando o alcance global e a troca de conhecimentos e tecnologias. Essas parcerias podem trazer inovações significativas e um posicionamento privilegiado no mercado. Ou seja, se adaptar às novas exigências trazidas pela COP 30 pode ampliar sobremaneira o mercado da empresa”, destaca.

Quando se trata de um empreendimento inovador, o desafio neste momento, para Sérgio, pode ser um tempo maior para que a demanda pelo produto ou serviço se amplie a partir de um redirecionamento das atenções dos consumidores locais, nacionais e estrangeiros. No caso de um empreendimento tradicional, a dificuldade pode envolver se adaptar a um grande volume de novas exigências que um evento como a COP 30 trará, principalmente envolvendo aspectos sociais e ambientais.

Sebrae orienta empreendedores

Com um cenário propício para empreender, o diretor-superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Pará (Sebrae-PA), Rubens Magno, diz que os investimentos devem ser feitos com segurança, ou seja, com orientação, analisando o mercado e as habilidades que a pessoa tem. É nesse ponto que a entidade atua, com expertise para apoiar a ideia, a modelação do negócio, a capacitação técnica e a gestão.

Segundo Magno, o nível de sucesso dos negócios está muito ligado ao posicionamento de mercado. “Oferecer um produto ou serviço que seja resposta às necessidades dos consumidores é um caminho acertado. No caso da COP 30, há estudos que apontam esse caminho", adianta. Entre os desafios que devem ser enfrentados pelos novos empreendedores até o evento estão a competição acelerada, aumento da concorrência e gerenciamento de recursos humanos. Para isso, o Sebrae-PA atua na orientação, capacitação e gestão dos negócios.

Setores de destaque para a COP 30

  • Tecnologia verde
  • Gastronomia
  • Turismo
  • Hotelaria
  • Transporte
  • Tradução e interpretação
  • Áres de eventos
  • Bioeconomia

O que fazer ao abrir um negócio

  • Análise de mercado: realizar pesquisa aprofundada sobre o setor, público-alvo, concorrência e viabilidade do negócio
  • Planejamento financeiro: elaborar um plano de negócios completo, incluindo projeções de custos, receitas, investimentos e retorno financeiro
  • Gestão de riscos: identificar e avaliar os riscos envolvidos no negócio, definindo estratégias para mitigá-los
  • Fontes de financiamento: buscar fontes de financiamento adequadas ao perfil do negócio, como capital próprio, linhas de crédito ou investimentos de terceiros
  • Assessoria profissional: consultar especialistas em gestão de negócios para auxiliar na tomada de decisões
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