Semana com vitórias e derrotas do governo federal, mas o Brasil não sai do ‘empate’ administrativo Rodolfo Marques 05.07.19 15h00 A semana política no Brasil foi marcada por altos e baixos em relação ao governo federal. No domingo (30.06.19), houve manifestações em várias cidades brasileiras – principalmente, em Curitiba-PR – a favor do ministro da Justiça e da Segurança Pública, o ex-juiz federal Sérgio Moro. A manifestação, embora sem maior ressonância, consolidou a popularidade de Moro – e uma forma de resposta ao escândalo “Vaza Jato”, com a divulgação de supostos diálogos entre o então juiz e procuradores da Lava-Jato, entre os anos de 2015 e 2017. Esse conteúdo, divulgado inicialmente pelo site The Intercept Brasil (TIB), hoje também tem repercussão a partir das parcerias do portal com o jornal “Folha de São Paulo” e com a Revista “Veja”. Nesse mesmo contexto, Sérgio Moro compareceu na terça-feira (02.07.19) à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, onde praticamente repetiu as mesmas falas que fez anteriormente no Senado Federal. Essas exposições públicas no Congresso Nacional vêm fortalecendo o ministro, embora a divulgação dos diálogos venha retirando progressivamente a credibilidade de Moro, pelo menos em alguns nichos sociais. No âmbito das boas notícias, os ministérios da Economia e das Relações Exteriores comemoraram as medidas do acordo de livre comércio celebrado na semana passada entre Mercosul e União Europeia. O acordo é promissor, mas, por ora, ainda pairam muitas dúvidas – e se tem a certeza de que o processo é longo e com dificuldades. Ainda haverá revisões no âmbito jurídico e, politicamente, os parlamentos de cada país do bloco sul-americano devem aprovar os termos do acordo para que ele seja efetivado na prática. As alterações em relação à tributação e à circulação de produtos tendem a ser lentas. Em números, a parceria entre os blocos beira o total de 25% do Produto Interno Bruto do Mundo, contemplando quase 800 milhões de pessoas. Por fim, na madrugada de quinta para sexta-feira (05.07), o relatório do deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP) para a reforma da Previdência foi aprovado pela Comissão Especial, por 36 votos a 13. Ressalte-se que essa agenda, embora seja de iniciativa do Planalto, vem sendo conduzida muito mais pelo Congresso Nacional. O próprio presidente Bolsonaro afirmou que o texto que deverá seguir para o plenário da Câmara apresentava “equívocos”. O texto aprovado não atendeu a regras de aposentadoria mais flexíveis para policiais rodoviários federais e policiais federis, entre outras questões – e continua apostando na economia de um trilhão de reais pelos próximos 10 anos, em caso de sua aprovação na íntegra. A impressão clara é de que a Reforma está tramitando apesar do governo federal – e não em virtude das ações dele. Os avanços prometidos por Bolsonaro e sua equipe se mostram ainda muito tímidos. E a expectativa de que o Brasil saia do “empate” no segundo semestre, embora ainda exista para os mais otimistas, parece cada vez mais improvável. O Brasil continua “estacionado” no mesmo lugar, perdendo tempo e espaço para avanços. PS: Em tempo... continua a divulgação de possíveis trechos de diálogos envolvendo o ministro Sérgio Moro e os procuradores da força-tarefa da operação Lava-Jato. Nesta sexta-feira (05.07), a revista “Veja” reportou conversas a respeito da delação do ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ), além de outros procedimentos. O desgaste gerado por tais reportagens tende a se acentuar nas próximas semanas – e o cenário político para o ministro Moro vem se tornando mais perigoso e preocupante. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques the intercept sergio moro governo federal política política COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09