Educação brasileira vai (muito) mal, posse do novo presidente argentino e fortalecimento de Moro Rodolfo Marques 13.12.19 18h00 Os últimos dias da política brasileira, já neste final de primeiro ano da gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido/RJ), trouxeram novas polêmicas desnecessárias, mais uma vez geradas pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. Ele esteve presente à Câmara dos Deputados, após convocação (mais uma vez!) para confirmar as declarações feitas há algumas semanas, indicando que haveria plantações de maconha nas universidades públicas. Weintraub voltou à sua sistemática de agressões verbais ao PT, à esquerda ideológica e ao “fantasma” do comunismo. O ministro continua sua sanha na chamada “guerra cultural”, desperdiçando tempo precioso para a gestão da sua pasta e gerando um cenário complicado para a educação brasileira, em todos os níveis. A saída imediata de Weintraub de uma pasta tão importante como o MEC seria uma boa notícia nesta virada de ano, indiscutivelmente. Claramente, o ministro não dispõe de conhecimento técnico e/ou condições políticas para ocupar tal cargo. Outro fato que teve repercussão no âmbito político foi a última pesquisa Datafolha, divulgada nos dias 8, 9 e 10 de dezembro. A queda na avaliação positiva do presidente Bolsonaro alcançou a “estabilidade”. Segundo os dados divulgados – após entrevistas com cerca de 3.000 brasileiros –, 30% consideram o governo ótimo ou bom, enquanto que 36% avaliam a gestão como ruim ou péssima. Bolsonaro continua, portanto, com o apoio de cerca de 1/3 da população brasileira. Em paralelo a essa avaliação, de acordo com dados da mesma pesquisa, há a confirmação de que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, continua sendo o político mais popular do governo, com 53% de aprovação. O ministro, inclusive, concedeu algumas entrevistas à imprensa e fez uma defesa enfática do seu trabalho e da própria gestão federal. A semana política apresentou também a posse do novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, juntamente com sua vice e ex-presidente, Cristina Kirchner. A Argentina é o principal parceiro comercial do Brasil e a nova gestão indica o retorno dos peronistas ao poder, em um alinhamento ideológico mais ao centro-esquerda. Bolsonaro teceu várias críticas à escolha do povo argentino e não compareceu à posse de Fernández e Kirchner, no dia 10 de dezembro, como uma forma de protesto. Após sofrer várias pressões, o presidente Bolsonaro enviou o vice-presidente, general Hamilton Mourão, como representante brasileiro no evento. E ainda houve o “embate” entre a jovem ativista sueca Greta Thunberg e o presidente Jair Bolsonaro, no contexto da Conferência do Clima (COP 25) em Madrid. Bolsonaro chamou Greta de “pirralha”; a ativista ironizou a fala do presidente brasileiro e, um pouco depois, acabou sendo eleita a pessoa mais influente do ano com repercussão midiática pela revista norte-americana Time. Segundo a publicação, a garota de 16 anos se tornou um símbolo na luta contra a mudança climática. Crises e polêmicas desnecessárias mantêm o Brasil como um “carro estacionado”. Nesse contexto, por exemplo, o presidente da República usou o seu perfil oficial no Twitter para fazer uma enquete sobre a presença dos radares móveis nas estradas brasileiras, quando na verdade a discussão efetiva deve se dar nos âmbitos dos Poderes Executivo e Legislativo. O Brasil depende muito da recuperação econômica – neste momento, ainda muito lenta e gradual – para que possa haver um movimento de políticas públicas com melhorias sociais e resultados mais satisfatórios no âmbito nacional. A impressão é de que ainda falta muito para que o Brasil seja recolocado nos trilhos. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09