RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Planalto busca alternativas políticas e econômicas para recuperar popularidade do Presidente

Rodolfo Marques

O Brasil, ao se converter, no mês de junho, como o epicentro da crise da expansão da pandemia Covid-19, lida com um cenário cada vez mais grave no contexto sanitário e, no âmbito político, “solidifica-se” um processo de instabilidade e com ações difusas, em especial, originadas por parte da Presidência da República.

O presidente continua a menosprezar os efeitos da pandemia Covid-19, agravando a crise econômica e gerando confrontos políticos com os estados. Como formas de tentativa de recuperação de sua popularidade, o presidente Jair Bolsonaro busca desenvolver um programa de renda mínima com nova nomenclatura – o “Renda Brasil”. Já há discussões com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para viabilizar essa ação. Nas pesquisas mais recentes feitas por diferentes institutos a respeito da popularidade do presidente Jair Bolsonaro, foi detectado um apoio fiel de aproximadamente 30% da população – com um certo crescimento entre as populações mais pobres. Esse índice atual de aprovação garantiria, com folga, a presença de Bolsonaro no segundo turno do pleito presidencial de 2022 – esta que parece ser a sua única e verdadeira obsessão.

Para melhorar sua relação com o Congresso Nacional e com determinados grupos políticos – em especial, com o chamado “Centrão” –, o presidente recriou o Ministério das Comunicações – responsável por proceder à concessão de canais de rádio e televisão e para definir ações estratégicas de empresas como os Correios e a Telebras, por exemplo. Para responder pela pasta, foi chamado o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), que guarda boa relação com empresários das telecomunicações e com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM). Em seu período de campanha eleitoral, Bolsonaro havia falado em “enxugar” a máquina publica e diminuir o número de ministérios, trabalho com a ideia inicial de 15 pastas. Em 2020, já são 23 ministérios e/ou secretarias com tal status – mostrando também uma “necessidade” que o Planalto viu em negociar cargos e apoios no Parlamento.

O presidente da República também buscou dar, através de uma “canetada” (Medida Provisória), maior poder ao contestado ministro da Educação, Abraham Weintraub, para que este pudesse nomear reitores das universidades federais durante o período de excepcionalidade gerado pela pandemia. Já houve recuos em virtude da grande repercussão negativa, mas esse episódio se mostrou mais um “balão de ensaio” da gestão federal, ilustrando um notório modus operandi deste governo.

Em nível regional, o governo do Pará mantém o enfrentamento para conter a expansão da pandemia, principalmente no interior do estado, ao mesmo tempo em que busca resgatar parte da credibilidade colocada em dúvida com as ações de investigação da Polícia Federal junto à residência do governador Helder Barbalho (MDB-PA) e a alguns órgãos públicos.

Dessa forma, com a recessão econômica que deve pautar todo o restante do ano de 2020 e com um cenário imprevisível de contenção da pandemia Covid-19 no Brasil, o país continua dependendo de um pacto nacional para a recuperação. Essa união de forças se torna cada vez mais impalpável e gera uma sensação de pessimismo e dor na maior parte da população do país.

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