Eleições presidenciais 2022: cinco pré-candidatos buscam protagonismo junto ao eleitor

As convenções partidárias para a oficialização das candidaturas presidenciais, em 2022, estão previstas para ocorrer entre os dias 20 de julho e 5 de agosto do próximo ano. Todavia, como já se tem observado, há pelo menos cinco pré-candidatos que vêm articulando alianças, fazendo manifestações públicas e priorizando a conexão com o eleitor.

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), que governou o país entre 2003 e 2010, em dois mandatos consecutivos, procura reforçar sua presença em todas as regiões do país – e consolidar o grande apoio que tem junto ao eleitor nordestino. É improvável que ele deixe de ser o candidato do Partido dos Trabalhadores – por ser a maior liderança disparada da agremiação partidária e por liderar as pesquisas –, e a “costura eleitoral” se dá na busca de um(a) candidato(a) a vice que possa auxiliar Lula na conquista de parte do público conservador.

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) terá a seu favor não somente uma boa estrutura partidária, mas a busca da defesa do seu mandato, iniciado em janeiro de 2019 e referendado, meses antes, por mais de 57 milhões de brasileiros. A despeito da gestão desastrosa do enfrentamento da expansão Covid-19 no Brasil, dos ataques constantes a algumas instituições e da crise econômica – derivada de escolhas erradas do governo e amplificada pela pandemia –, Bolsonaro tem, pelo menos, entre 20% e 24% de intenções de voto, o que lhe garante uma vaga em um eventual segundo turno com um relativo conforto. O atual presidente tem uma relação muito forte com o seu eleitorado, em alguns segmentos específicos e importantes.

Na busca da chamada “terceira via”, três pré-candidatos emergem na busca de alguns espaços deixados pelos dois principais favoritos.

Entre essas opções, o ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) tem mantido, desde o início de novembro de 2021, uma agenda intensa de articulações políticas e de aparições públicas e/ou na mídia. Tendo fortes opositores entre lulistas e bolsonaristas e, ao mesmo tempo, mirando o eleitor que não quer nenhum dos dois, Moro tem se posicionado como alguém que, efetivamente, vai pleitear a Presidência da República. As bandeiras de combate à corrupção e pela defesa da prisão em segunda instância pautam a ação do ex-juiz, que ainda tem algumas dificuldades em transitar pelos ambientes partidários.

O ex-ministro, ex-governador do Ceará e ex-prefeito de Fortaleza, Ciro Gomes (PDT) também busca espaço tanto junto ao eleitor de centro-direita quanto ao público mais ao centro-esquerda. Na sua estratégia discursiva – e com o suporte do profissional de marketing João Santana –, Ciro vem concedendo muitas entrevistas e reforçando críticas ao ex-presidente Lula e ao PT.

Por vim, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), venceu as prévias em seu partido e vem mantendo a estratégia de se colocar como o principal líder do processo de vacinação contra Covid-19 no Brasil, da mesma forma que tenta angariar apoios políticos. O processo interno no “tucanato” deixou várias feridas, mas Dória continua no páreo para buscar sua candidatura presidencial. Uma possível aliança com Sérgio Moro, em 2022, está no radar do chefe do executivo estadual de São Paulo.

Assim, a sensação é de que os principais atores da “trama eleitoral” já estão em cena e que o “enredo” já está sendo escrito – e talvez já seja relativamente conhecido. Talvez o que cause maior expectativa a todos é como será o desenrolar do “último capítulo”, a ser exibido no dia 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno das eleições presidenciais.