RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Eleições municipais 2024: a um ano do pleito, ampliam-se as movimentações e estratégias

Rodolfo Marques

Em outubro de 2024 – portanto, daqui a um ano –, serão realizadas as eleições municipais em mais de 5 mil cidades brasileiras. O pleito está marcado para os dias 06 de outubro (primeiro turno) e 27 de outubro (segundo turno). A “segunda volta” somente ocorrerá nas disputas para as prefeituras dos municípios com mais de 200 mil eleitores em que não haja um(a) candidato(a) à prefeitura que tenha obtido mais de 50% dos votos válidos no turno inicial. 

Um traço diferenciado entre os pleitos de 2024 e o anterior (o de 2020), por exemplo, é o do contexto pandêmico. As eleições municipais de 2020, em virtude da pandemia de Covid-19, tiveram seu calendário adiado para o mês de novembro e os horários de votação foram ampliados, com os cuidados sanitários e com o maior investimento em presença digital por parte de partidos, candidatos e coligações. Candidatos à reeleição, em 2020, que tiveram bom desempenho no enfrentamento da pandemia, conseguiram vencer as novas disputas, em sua maioria. 

Em 2024, o uso das mídias e das redes sociais deve continuar muito intenso, mas as estratégias considerarão um cenário de maior “normalidade”, com o controle obtido a partir das vacinas em relação ao coronavírus, a partir de 2021.

Outro ponto a ser observado é uma possível nacionalização das disputas municipais. Com a disputa presidencial muito acirrada, em 2022, entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), o pleito municipal de 2024 tende a trazer, novamente, um cenário destacado de busca por espaços entre os dois grupos. Todavia, é importante ressaltar que, historicamente, as eleições municipais focam mais nas questões locais, como saúde pública, educação, mobilidade urbana e meio ambiente, por exemplo. 

Nas principais capitais brasileiras, como São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ e Belo Horizonte-MG, as disputas “prometem” ser intensas, com a presença de expoentes nacionais como o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), que deve enfrentar, diretamente, o atual prefeito de São Paulo e provável candidato a reeleição, Ricardo Nunes (MDB). No Rio de Janeiro, o candidato a prefeito do campo bolsonarista pode ser o próprio senador Flávio Bolsonaro ou o ex-ministro ex-candidato à vice-presidente da República, general Walter Braga Netto, ambos do PL.

Por fim, é importante priorizar, dento das estratégias para as campanhas municipais, o instrumento das pesquisas qualitativas. O professor e cientista político Adriano Oliveira, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), tem enfatizado a necessidade de se conhecer as perspectivas dos eleitores, as principais questões a serem enfrentadas por postulantes a cargos públicos e as demandas mais urgentes no dia-a-dia das cidades, no caso das eleições municipais.

Dessa forma, no momento em que as questões nacionais e internacionais emergem em várias camadas e em grande grau de complexidade, brasileiros e brasileiras voltam o seu olhar, em 2024, para as situações cotidianas dos lugares onde moram – e as respectivas escolhas de prefeitos e vereadores são um dado representativo e decisivo desse processo.

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