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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Eleições 2022: candidaturas buscam votos restantes na reta final

Rodolfo Marques

As eleições presidenciais de 2022, consideradas as mais importantes desde a retomada das escolhas diretas, em 1989, ganham contornos de cada vez acirramento, com brigas pelos votos de indecisos até o final.

Em primeiro lugar, é importante destacar a projeção das abstenções para o segundo turno, que ocorrerá em 30 de outubro de 2022. No primeiro turno, houve 20,9% de abstenções – ou pouco mais de 32,7 milhões de eleitores deixaram de votar. Geralmente, na segunda etapa do pleito, os números de absenteísmo sobem um pouco, mas as campanhas de Lula (PT) e de Bolsonaro (PL) estão trabalhando suas próprias estratégias sobre isso, em especial para mobilizar seus grupos prioritários.

Em segundo lugar, existe uma demanda maior na campanha de Bolsonaro em buscar a diminuição da distância aberta pelo candidato petista o dia 02.10. A vantagem de 6,2 milhões de votos pró-Lula acabou se convertendo em um ponto fundamental, e a candidatura do PL busca diminuir esse impacto nessas quatro semanas entre os dois turnos. E aqui, o desafio principal é tentar buscar os votos dos candidatos que ficaram pelo caminho, como Simone Tebet (MDB), que teve perto de 5 milhões de votos, e Ciro Gomes (PDT), que obteve pouco mais de 3,5 milhões de votos, entre outros.

O desafio de “virar votos” – passando de Bolsonaro para Lula e vice-versa – é muito grande, principalmente pelo grau de “cristalização” das escolhas dos eleitores.

Ao mesmo tempo, essa eleição vem sendo marcada pela discussão sobre os institutos de pesquisas, que divulgam as intenções de votos como situações diagnósticas, momentâneas. Os levantamentos são fontes adicionais de informação – e o comportamento eleitoral se manifesta a partir de muitas outras variáveis.

A questão do uso desenfreado das plataformas digitais (ver textos anteriores, aqui neste espaço) parece ser uma das marcas indeléveis deste pleito. Esse cenário traz consigo, também, um uso vultoso de notícias falsas e de desinformação, buscando impactar nas escolhas dos eleitores – e com conteúdos que, muitas vezes, têm questões morais embutidas.

Por fim, remete-se à percepção sobre os debates públicos entre os dois candidatos, mediados por emissoras de TV e de rádio por portais e plataformas digitais. Embora haja um aprimoramento dos formatos, com um embate mais direto entre Lula e Bolsonaro, a ausência de aprofundamento das questões mais importantes acaba sendo uma tônica – e o problemas da “vida real” são tratados de forma residual.

Assim, como uma agenda pública traz temas como a fome, a gestão desastrosa da pandemia de Covid-19, o desenvolvimento macroeconômico, as demandas sociais e os investimentos em setores como infraestrutura e educação, mas a população fica apartada das discussões, já que há uma ênfase a questões de costumes e a pautas morais.

Um pleito despolitizado traz prejuízos a um processo democrático, já que quaisquer avanços só podem ser feitos com participação popular e com políticas públicas organizadas.

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Rodolfo Marques
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