Crise política suplanta o que deveria ser prioridade: o combate à Covid-19. Pará encerra lockdown Rodolfo Marques 25.05.20 17h45 A instabilidade política no Brasil tornou-se algo praticamente permanente no governo de Jair Bolsonaro (sem partido), iniciado em janeiro de 2019. Tendo como origem, quase que sempre, os movimentos e ações do presidente da República, as crises, em geral, estão ligadas aos conflitos com as instituições do país e com vários grupos sociais. Já foram alvo dos destemperos verbais de Bolsonaro o Supremo Tribunal Federal (STF), a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, vários governadores, alguns veículos de comunicação social, entre outros. Essas polarizações comunicacionais e ideológicas, fomentadas de forma estratégica por parte do governo federal, amplificam os debates sobre temas eleitorais (de forma antecipada) e pela disputa de poder, mas deixam em segundo plano o que deveria ser prioridade no Brasil, neste momento histórico: o combate à expansão da pandemia Covid-19. A reunião da presidência com os ministros de Estado, no dia 22 de abril de 2020, e tornada pública um mês depois, mostra uma série de questões para reflexão e avaliação, mas identifica também que não foi tratada de forma efetiva um processo de ação conjunta da estrutura do Estado para enfrentar o problema sanitário mundial. Na última semana de maio, o Brasil já apresenta mais de 370 mil casos de pessoas contaminadas – e mais de 23 mil óbitos. Entrevistas concedidas pelos ex-ministros da Justiça e Segurança Publica, Sergio Moro, e da Saúde, Nelson Teich, mostraram descompassos na condução da gestão por parte do governo Federal, em vários níveis. No Pará, o lockdown, aplicado em 17 cidades, encerrou-se em 24 de maio, e algumas atividades começaram a ser retomadas, de forma lenta e gradual, ainda em um contexto de quarentena. Existe grande preocupação nesta reabertura – de alguns órgãos públicos e estabelecimentos comerciais –, principalmente em virtude da rapidez no contágio e pela infraestrutura deficiente do sistema de saúde pública, apesar de todos os esforços governamentais. A postura negacionista do presidente da República e de seu núcleo político – adotada desde o início da crise sanitária – vem atrapalhando ações mais efetivas de enfrentamento ao novo Coronavírus, e desgastando as ações dos governadores para lidar com o problema nos seus limites territoriais. O cenário indica uma continuidade da crise política e um período ainda dramático em relação à Covid-19. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave rodolfo marques colunas coronavírus política governo bolsonaro pará lockdown COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES análise política Lula lidera cenário para 2026 e oposição segue fragmentada, mostram pesquisas 08.04.25 19h51 Rodolfo Marques Corrêa do Lago liderará COP-30 em meio à crise climática 28.02.25 8h00 Rodolfo Marques Primeiros 50 dias do prefeito Igor Normando em Belém: avanços, dificuldades e desafios 21.02.25 17h00 Rodolfo Marques “Crise do Pix” e os desafios do governo Lula III em um novo cenário político-eleitoral 17.01.25 23h01