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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Crise política suplanta o que deveria ser prioridade: o combate à Covid-19. Pará encerra lockdown

Rodolfo Marques

A instabilidade política no Brasil tornou-se algo praticamente permanente no governo de Jair Bolsonaro (sem partido), iniciado em janeiro de 2019. Tendo como origem, quase que sempre, os movimentos e ações do presidente da República, as crises, em geral, estão ligadas aos conflitos com as instituições do país e com vários grupos sociais. Já foram alvo dos destemperos verbais de Bolsonaro o Supremo Tribunal Federal (STF), a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, vários governadores, alguns veículos de comunicação social, entre outros.

Essas polarizações comunicacionais e ideológicas, fomentadas de forma estratégica por parte do governo federal, amplificam os debates sobre temas eleitorais (de forma antecipada) e pela disputa de poder, mas deixam em segundo plano o que deveria ser prioridade no Brasil, neste momento histórico: o combate à expansão da pandemia Covid-19.

A reunião da presidência com os ministros de Estado, no dia 22 de abril de 2020, e tornada pública um mês depois, mostra uma série de questões para reflexão e avaliação, mas identifica também que não foi tratada de forma efetiva um processo de ação conjunta da estrutura do Estado para enfrentar o problema sanitário mundial. Na última semana de maio, o Brasil já apresenta mais de 370 mil casos de pessoas contaminadas – e mais de 23 mil óbitos. Entrevistas concedidas pelos ex-ministros da Justiça e Segurança Publica, Sergio Moro, e da Saúde, Nelson Teich, mostraram descompassos na condução da gestão por parte do governo Federal, em vários níveis.

No Pará, o lockdown, aplicado em 17 cidades, encerrou-se em 24 de maio, e algumas atividades começaram a ser retomadas, de forma lenta e gradual, ainda em um contexto de quarentena. Existe grande preocupação nesta reabertura – de alguns órgãos públicos e estabelecimentos comerciais –, principalmente em virtude da rapidez no contágio e pela infraestrutura deficiente do sistema de saúde pública, apesar de todos os esforços governamentais.

A postura negacionista do presidente da República e de seu núcleo político – adotada desde o início da crise sanitária – vem atrapalhando ações mais efetivas de enfrentamento ao novo Coronavírus, e desgastando as ações dos governadores para lidar com o problema nos seus limites territoriais. O cenário indica uma continuidade da crise política e um período ainda dramático em relação à Covid-19.

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