Brasil não consegue controlar pandemia e enfrenta crises de credibilidade interna e externa

Com a situação cada vez mais incontrolável em relação à expansão da pandemia, o Brasil “mergulha”, também, nas crises de credibilidade internacional e no âmbito interno. Mesmo com uma aprovação de aproximadamente 30% da população – de forma constante –, o presidente da República, Jair Bolsonaro, lida com o aumento da insatisfação popular e com a desconfiança de maior parte da sociedade. Os motivos estão claramente ligados à maneira com a qual Bolsonaro vem lidando com a pandemia Covid-19 e também no relacionamento dele com as demais instituições do país, perpassando até mesmo na questão da transparência das informações oficiais.

Em nível internacional, além de vários países terem fechado a fronteira com o Brasil, que é o atual epicentro da Covid-19, o país vem perdendo relevância e até mesmo o presidente norte-americano Donald Trump, que é uma espécie de “modelo” para o presidente brasileiro, fez declarações públicas questionando e criticando Bolsonaro e o país, pelo desastre na condução de políticas públicas de enfrentamento à expansão da doença.

Em outro aspecto, principalmente no âmbito interno, há dois campos de investigação a respeito das Fake News – tanto no Supremo Tribunal Federal (STF) quanto no Congresso Nacional (através de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito). Fake News são as notícias falsas que têm como finalidade (por parte de seus produtores e difusores delas) a desinformação dos receptores das mensagens, como forma de atingir algum tipo de objetivo.

E há uma discussão sobre o uso cada vez mais sistemático das notícias falsas como estratégia de comunicação política – por praticamente todos os grupos de interesse. A situação torna-se mais grave pois as investigações avaliam os ocorridos nas eleições de 2018 e a própria presidência da República vem sendo questionada por conteúdos veiculados em mídias e em redes sociais.

Dessa maneira, em uma semana em que o Brasil deve chegar a cerca de um milhão de pessoas contaminadas com a Covid-19 e com a marca de 50 mil óbitos, há uma necessidade de foco no combate à pandemia, com transparência na divulgação das informações e com os interesses político-partidários ficando abaixo das demandas coletivas.