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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Brasil atinge 127 mil mortes pela Covid-19, mas vive cenas de 'normalidade'. O porvir traz dúvidas

Rodolfo Marques

A Covid-19 ultrapassou a marca de 127 mil mortes no Brasil, nesta segunda-feira (7) – com mais de 4 milhões e 100 mil casos já registrados desde 26 de fevereiro desse ano. Há uma queda geral nos números da doença no país, considerando-se as médias móveis, mas os números diários entre 600 e 800 mortes ainda causam muita apreensão, mesmo no contexto de que o Brasil vive de retomada geral de suas atividades.

Percebe-se, em grandes cidades, a volta das aglomerações em vários eventos festivos e comemorativos; nos balneários, há a presença de multidões, em especial em feriados prolongados. Existe uma sensação geral de que o vírus está cada vez menos presente e que os números gerais da pandemia não assustam mais. Há, por muita gente, até a dispensa dos cuidados mais básicos, como o uso de máscaras e o distanciamento social. Identifica-se, dessa forma, que as lições e reflexões trazidas pela pandemia em respeitar mais os outros e se preocupar um pouco mais com as coletividades, aos poucos, vão sendo deixadas de lado.

Em outras partes do mundo, como nos países europeus (Espanha, Itália e França), não se detectou, ainda, uma “segunda onda” da doença, mas o crescimento de casos em outras regiões – até então menos atingidas – e o aumento da massificação de testes, o que diminui o “fantasma das subnotificações. Ao mesmo tempo, a corrida mundial pelas vacinas continua – e a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê dificuldades de distribuição delas nos países mais populosos.

Na ausência, por parte do governo federal, de políticas públicas mais consistentes para o enfrentamento da doença, nos diferentes níveis, o país destina o seu olhar para dois cenários que se avizinham: o primeiro deles é o econômico, em que há uma incerteza de como estará o Brasil após à redução do pagamento do auxílio emergencial (de R$ 600 para R$ 300), até sua suspensão em definitivo. Ao mesmo tempo, os números da economia apontam para uma crise difícil de ser debelada em 2021, principalmente pelos desacertos que vêm ocorrendo entre os membros da equipe econômica, o presidente da República e o Congresso Nacional.

O outro aspecto se refere às eleições municipais, que já estão em período de pré-campanha e terão o pleito realizado no mês de novembro. Com mudanças de estratégias – como o fortalecimento da presença digital – candidatos, partidos e coligações buscam mecanismos de conexão com o eleitor, exatamente em um contexto em que há um descrédito geral na classe política, fenômeno fomentado e que chegou a seu ápice nas eleições gerais de 2018.

Assim, torna-se cada vez mais claro que, apesar de alguns comportamentos de gestores públicos em contrário, a pandemia trouxe mudanças na maneira de lidar com as coisas, principalmente no âmbito político. Com a guerra perdida diante da Covid-19, o Brasil, com suas unidades federativas, deve buscar maneiras de se reposicionar no campo internacional e, mesmo, no seu ambiente doméstico, principalmente no atendimento das demandas das populações mais carentes.  

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Rodolfo Marques
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