Bolsonaro mantém conflito com a imprensa e sua estratégia de comunicação. Pará decreta lockdown Rodolfo Marques 06.05.20 18h00 Em mais este texto sobre o contexto político da Covid-19, a análise será dividida em dois aspectos fundamentais: um, no campo nacional, e as estratégias de comunicação política da presidência da República; e outro, no campo regional, com o estado do Pará implantando o regime de lockdown em alguns municípios para conter a expansão da doença. O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), vem intensificando seus ataques aos jornalistas e aos veículos de sua comunicação, ainda na esteira da saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e das questões envolvendo o funcionamento da Polícia Federal no Brasil, com as trocas de comando. Bolsonaro usou, inclusive, as expressões “cala a boca” e “patifaria”, denotando um destempero e uma falta de respeito com quem pensa diferente dele. Em paralelo a esse fato, Bolsonaro deixa o espaço vago para a liderança contra a expansão da pandemia, com o protagonismo sendo exercido pelos governadores e por alguns prefeitos. A própria troca no Ministério da Saúde, ocorrida há três semanas, com a saída de Luiz Henrique Mandetta e o ingresso de Nelson Teich, indicou uma certa paralisia decisória, pois o governo federal pouco tem feito de maneira efetiva para ampliar os testes em dar suporte para o sistema de saúde, como o novo ministro ainda sem mostrar seu plano de ação. Bolsonaro mantém as estratégias de conflito com seus opositores, de repasse de informações incompletas para o público e de desvio de foco do que é mais relevante. E o presidente, com essa forma de conduzir sua comunicação política, mantém popularidade junto ao seu eleitorado fiel, com “bandeiras” envolvendo o patriotismo, a família e a religião. No Pará, a situação se encontra em um alto nível de gravidade com a pandemia. O estado ultrapassou a marca de 5 mil casos registrados e mais de 400 mortes, segundo dados oficiais divulgados até terça-feira (5). Desta forma, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), adotou a medida extrema do lockdown, com o bloqueio controlado para a circulação de pessoas e a suspensão das atividades não essenciais, em dez municípios do estado – Breves (região do Marajó), Ananindeua, Marituba, Castanhal, Santa Bárbara, Santo Antonio do Tauá, Santa Isabel do Pará, Vigia (nordeste do estado) e a capital, Belém. O bloqueio tem o caráter educativo até o dia 10 de maio e, na semana seguinte, pode gerar punições a quem desrespeitar o decreto, que tem validade até 17 de maio. Foi uma medida extrema, mas essencial, para garantir o esforço de isolamento social no Pará. Em meio ao pior período dos últimos 70 anos no mundo, o país precisava de um governante que trabalhasse em parceria com os outros gestores, com discussões efetivas e concretas e, mais do que isso, com repasses de recursos de maneira mais efetiva e emergencial, como forma de deter o avanço da pandemia e seus efeitos mais nefastos. Não há dúvidas de que, neste momento, o essencial seria um pacto nacional para enfrentar o novo Coronavírus. Infelizmente, a situação se agrava e o Brasil não tem esse estadista à frente da presidência da República. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques política coronavírus pará governo bolsonaro saúde COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09