RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Bolsonaro mantém conflito com a imprensa e sua estratégia de comunicação. Pará decreta lockdown

Rodolfo Marques

Em mais este texto sobre o contexto político da Covid-19, a análise será dividida em dois aspectos fundamentais: um, no campo nacional, e as estratégias de comunicação política da presidência da República; e outro, no campo regional, com o estado do Pará implantando o regime de lockdown em alguns municípios para conter a expansão da doença.

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), vem intensificando seus ataques aos jornalistas e aos veículos de sua comunicação, ainda na esteira da saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e das questões envolvendo o funcionamento da Polícia Federal no Brasil, com as trocas de comando. Bolsonaro usou, inclusive, as expressões “cala a boca” e “patifaria”, denotando um destempero e uma falta de respeito com quem pensa diferente dele.

Em paralelo a esse fato, Bolsonaro deixa o espaço vago para a liderança contra a expansão da pandemia, com o protagonismo sendo exercido pelos governadores e por alguns prefeitos. A própria troca no Ministério da Saúde, ocorrida há três semanas, com a saída de Luiz Henrique Mandetta e o ingresso de Nelson Teich, indicou uma certa paralisia decisória, pois o governo federal pouco tem feito de maneira efetiva para ampliar os testes em dar suporte para o sistema de saúde, como o novo ministro ainda sem mostrar seu plano de ação.

Bolsonaro mantém as estratégias de conflito com seus opositores, de repasse de informações incompletas para o público e de desvio de foco do que é mais relevante. E o presidente, com essa forma de conduzir sua comunicação política, mantém popularidade junto ao seu eleitorado fiel, com “bandeiras” envolvendo o patriotismo, a família e a religião.

No Pará, a situação se encontra em um alto nível de gravidade com a pandemia. O estado ultrapassou a marca de 5 mil casos registrados e mais de 400 mortes, segundo dados oficiais divulgados até terça-feira (5). Desta forma, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), adotou a medida extrema do lockdown, com o bloqueio controlado para a circulação de pessoas e a suspensão das atividades não essenciais, em dez municípios do estado – Breves (região do Marajó), Ananindeua, Marituba, Castanhal, Santa Bárbara, Santo Antonio do Tauá, Santa Isabel do Pará, Vigia (nordeste do estado) e a capital, Belém. O bloqueio tem o caráter educativo até o dia 10 de maio e, na semana seguinte, pode gerar punições a quem desrespeitar o decreto, que tem validade até 17 de maio. Foi uma medida extrema, mas essencial, para garantir o esforço de isolamento social no Pará.

Em meio ao pior período dos últimos 70 anos no mundo, o país precisava de um governante que trabalhasse em parceria com os outros gestores, com discussões efetivas e concretas e, mais do que isso, com repasses de recursos de maneira mais efetiva e emergencial, como forma de deter o avanço da pandemia e seus efeitos mais nefastos. Não há dúvidas de que, neste momento, o essencial seria um pacto nacional para enfrentar o novo Coronavírus. Infelizmente, a situação se agrava e o Brasil não tem esse estadista à frente da presidência da República.

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