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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Bolsonaro completa 1000 dias de governo e busca uma agenda política positiva

Rodolfo Marques

O governo de Jair Bolsonaro (sem partido-RJ) completou, no final de setembro de 2021, 1.000 dias de duração – a posse ocorreu em 01 de janeiro de 2019. O presidente da República, a despeito de suas constantes e recentes quedas de popularidade constatadas em pesquisas, além de uma crise sistêmica – problemas hídricos e de energia, fracasso na gestão da pandemia de Covid-19 e economia em queda – buscou uma agenda positiva e presencial em todas as cinco regiões do país.

Uma dessas ações foi o lançamento do programa “Caixa Tem”, projeto da Caixa Econômica Federal direcionado para o público mais carente. Trata-se de uma linha de crédito com possibilidade de parcelamento em até 24 meses e cuja operação pode ser realizada via celular (www.caixa.gov.br). Assim, o governo Bolsonaro procura direcionar um programa social para gerar conexão com as populações mais vulneráveis – e tenta deter o crescimento do ex-presidente Lula (PT-SP) junto a esses públicos.

Bolsonaro também fez entregas de títulos de terra na Bahia e de moradias populares, em Alagoas. Está nos planos do governo também a aprovação da reforma do Imposto de Renda para que se possa realizar alterações no pagamento do Bolsa Família – Bolsonaro defende que o valor médio para cada família passe a ser de cerca de R$ 300,00, contra os R$ 185,00 atuais.

Em alguns desses momentos de busca da agenda positiva, na sua estratégia de comunicação política, Bolsonaro tem voltado seu discurso para a pauta ideológica – com a tríade Deus-Pátria-Família – e vem minimizando problemas graves que acontecem no país. Também vem procurando calibrar sua expressão oral, mesmo que aparentemente de forma temporária, para evitar uma retomada de conflitos com as instituições.

Como não há muito de positivo a ser mostrado em termos concretos nestes 1.000 dias de governo, Bolsonaro optou por fortalecer suas “pontes” com o seu eleitorado mais cativo (evangélicos, militares, policiais, madeireiros, conservadores, ruralistas, armamentistas etc.), reforçando a narrativa “anticomunista” e de combate à corrupção, embora, neste último caso, as investigações da CPI da Covid-19 e sobre quatro dos filhos do presidente indiquem uma realidade distinta.

Assim, embora Bolsonaro busque comemorar a data, totalizando quase três anos de administração, e que disponha de um apoio ainda maciço de cerca de 20% da população, parte significativa da sociedade brasileira continua prejudicada por um ambiente ainda pandêmico, com instabilidade econômica, inflação descontrolada, altas taxas de desemprego, a volta da fome em larga escala e problemas graves como a questão ambiental.

E que esse marco cronológico, portanto, possa trazer ao Brasil a esperança, mesmo que lentamente, da superação das mazelas que corroem a credibilidade do Brasil interna e externamente.

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Rodolfo Marques
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