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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Patrícia Caetano

Pedagoga formada pela Faculdade Estácio de Sá - FCAT, Auditora e Consultora Empresarial e Técnica em Administração e Contabilidade, Mentora Feminina, Coaching, Formação em PNL e Oratória. Começou a carreira como Administradora, depois se apaixonou pela arte de treinar pessoas e desenvolvimento na área pessoal e emocional. É autora da coluna de Inteligência Emocional do O Liberal Castanhal. | patymops@gmail.com

Para de enrolar e faça

Patrícia Caetano

Sabe aquela tarefa minúscula que vem sendo adiada há dias, como consertar um vazamento na pia, costurar um botão solto, responder uma mensagem simples? Esses pequenos adiamentos, aparentemente inofensivos, são sinais de um hábito silencioso e corrosivo: a procrastinação. Aos poucos, deixamos a vida em modo de espera, adiando o conserto, o começo, a conversa, o cuidado. Adiar raramente é uma escolha consciente. É fruto da ilusão de que “depois” teremos mais tempo, mais energia ou mais disposição. Mas esse “depois” quase nunca chega. O pequeno vazamento vira infiltração, o botão se transforma em roupa encostada, a ideia adiada se torna frustração.

“Pare e realize.” Três palavras simples que escondem uma verdade poderosa. Elas lembram que grandes transformações nascem de pequenas ações. A vida não muda por promessas grandiosas, mas por decisões concretas no presente. São justamente as tarefas que parecem pequenas demais que, somadas, constroem o caminho da realização. Aprendemos a valorizar sonhos gigantes, abrir um negócio, mudar de carreira, viajar o mundo. Tudo isso é inspirador, mas só se sustenta sobre a disciplina das pequenas realizações diárias: levantar cedo, cuidar do corpo, cumprir uma tarefa simples. É o gesto repetido que constrói o resultado consistente.

Adiar é, no fundo, uma fuga elegante. Fugimos do incômodo do início, do medo de errar, da sensação de não estarmos prontos. Mas a prontidão não vem antes da ação, ela nasce dela. A coragem não antecede o movimento; surge quando começamos. O medo diminui com o fazer, não com o esperar. Realizar não significa concluir tudo, e sim começar algo. É escrever a primeira linha, guardar o celular para ouvir alguém de verdade, ler a primeira página de um livro esquecido. São gestos simples que reeducam a mente e devolvem o senso de controle.

Muitos esperam pelo “grande dia”, aquele em que o tempo, o ânimo e a motivação estarão perfeitos. Mas a vida não é feita de grandes dias: é tecida por uma sequência de pequenos dias bem vividos. Concluir o que se começou, por menor que seja, reafirma que somos protagonistas da nossa própria história. A procrastinação é o roubo silencioso da autoconfiança. Cada adiamento reforça a ideia de que “eu não consigo”. Já cada pequena realização envia o recado oposto: “eu posso”. É nesse ciclo de ação e conclusão que nascem o impulso, a clareza e o entusiasmo. Não são necessárias revoluções. A mudança real vem de gestos simples repetidos com constância: preparar um café com calma, responder um e-mail, concluir uma tarefa, cumprir uma promessa a si mesmo. Fazer o que precisa ser feito transforma o pesado em leveza. O movimento gera energia e a energia, significado.

“Pare e realize” é mais do que um lema; é uma filosofia prática. Parar, aqui, não é desistir. É interromper o ciclo da espera. É eleger o presente como o único tempo válido para agir. Até mesmo consertar a pia ou retomar um projeto esquecido é parte do mesmo movimento de quem escolhe crescer. Realizar é um ato de cuidado consigo, com o ambiente, com as relações e com os sonhos. É afirmar, com gestos concretos, que a vida está em curso.

Se você tem cinco minutos agora, use-os. Escolha algo pequeno da lista de adiamentos e dê o primeiro passo. Porque é nesses instantes, nas pequenas coisas que paramos de adiar, que a vida realmente acontece. Pare e realize. Agora!

 
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Patrícia Caetano
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