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Lena Cristina Barros Mouzinho

Trabalho como psicóloga, com pessoas, famílias, casais e grupos. Sou apaixonada por Educação Relacional e fiz disto meu sentido de vida. Todo meu exercício profissional é na busca de conexão humana, por meio do diálogo.

COMUNICO E CONSTRUO? DESTRUO? CURO OU ENVENENO?

Lena Mouzinho

Pense no quanto, neste momento, o sangue está circulando  em nosso corpo,  para que estejamos aqui,  pulsando vivos.

Atente, enquanto cá estamos, para a corrente de energia elétrica que nos percorre inteiramente, em sinapses, animando nosso esplêndido corpo.

Enquanto isso,  lembremos que quando escolhemos bons nutrientes e estamos receptivos, eles percorrem e permeiam cada uma de nossas células, garantindo saúde, energia e potência. E que quando ingerimos substâncias tóxicas, nos adoecemos e até nos matamos, todos os dias.

Vale atentar, que não ingerimos nutrição e venenos apenas por via oral.  Nos alimentamos,  curamos  ou nos intoxicamos também, com “o que” e “como” escolhemos olhar, escutar, tocar, atentar, perceber e pensar.

Já observaste o fluxo de tuas emoções quando tendes a fixar tua atenção naquilo que julgas incorreto e inadequado? Acidez, amargor e muito desconforto físico, são sinais das respostas emocionais para os venenos com os quais costumamos nos entulhar.

E o que acontece quando buscamos olhar por outros prismas, incluindo novas percepções e privilegiando a atenção na busca da compreensão, da identificação da beleza, do bem, da poesia, da arte?  Nosso corpo tende a responder com emoções deliciosas. Sente-se satisfeito, abre-se para mais belezas e se cura.

Sim! Temos muito pouca consciência de que somos nós os responsáveis por colher os estímulos ao nosso redor e administrar o que circula dentro de nós, apesar da forte influência do meio e da cultura vigente. Não somos fantoches. Em condições comuns, no dia-a-dia,  somos seres de escolha em relação às influências do meio. Temos o poder de optar sobre o que fazer com o que acontece conosco.

COMO NOS ENTRELAÇAMOS?

A comunicação tem em nossas relações, a mesma função vital destes processos circulatórios biológicos que se realizam dentro de nossos corpos. Pois, em relação com outras pessoas, constituímos “corpos ” sociais.

Nossos grupos e organizações humanas são organismos vivos, formados por partes diferentes/semelhantes, tais quais células, que se inter-relacionam de forma interdependente, dando e recebendo, nutrindo e se deixando nutrir.

Nos realizamos como humanos nesta inter-relação,  permeada por comunicação/energia  que dá vida a comunidade, a sociedade, a humanidade.

Ao longo da história, por meio da comunicação - este compartilhamento de linguagens constituídas por informações sobre nossas emoções e percepções - descobrimo-nos e ao mundo, nos entrelaçamos, influenciamos e somos influenciados o tempo inteiro, nos retroalimentamos e desenvolvemos o “corpo vivo” do qual somos células. Nos comunicando sempre. Mesmo quando silenciosos.

Paul Watzlavick,  em sua preciosa obra “Pragmática da Comunicação” nos diz:  todo comportamento humano comunica. Tudo o que fazemos ou não é percebido ao redor como expressão do como estamos.

Se estamos juntos para aprender a conviver e a amar, o exercício da  comunicação que nutre a conexão é portanto, vital.

Viver com qualidade e realizar tudo o que somos potencialmente resulta pois da tessitura de uma rede de conversações.

 Conversar vem do latim: de “com”, que significa  “junto com”,  mais “versare” - “dar voltas juntos em torno de algo”, “rondar acompanhado”. É um exercício de cooperação. Diferente de discutir e debater que são exercícios comunicacionais  predominantemente competitivos.

Conversar é resultado de uma ação compartilhada entre pessoas, que se dispõem à expressão honesta do entrelaçamento entre sua linguagem e suas emoções. Compartilhamento do sentido que cada um atribui as situações vividas.

 

O QUE ESCOLHO COMUNICAR?

Se vivemos pois estabelecemos trocas com tudo o que nos rodeia,  somos capazes de contagiar e afetar o que nos cerca.

As percepções e emoções que fazemos circular dentro de nós e nossas conversas conosco, sobre nós mesmos e sobre nossos julgamentos à respeito dos outros, influenciam outras pessoas e nosso ambiente, mesmo quando não explicitadas: a chamada “linguagem não verbal”  que expressa nossas emoções, não cala.

Aquilo que escolhemos que circule dentro de nós, naturalmente é compartilhado com quem conosco convive.

Podemos, então,  escolher o que queremos comunicar, cuidando de nós mesmos, do que circula dentro de nós e do que fazemos circular nas nossas relações afetivas e sociais.

Quando escolhemos funcionar em nossas relações como expectadores, analistas e julgadores daquilo que consideramos falta, escassez e erro,  nossa interação tem o efeito corrosivo por meio da reclamação sem ação reparadora,  da fofoca desqualificadora  e inconseqüente (em tempos férteis de fakenews!) estamos optando pela doença nos laços e pela guerra. É o que queremos? Mesmo?

Que tal antes de comentar ou publicar virtualmente algo pararmos para refletir:

Qual minha intenção?

Quero construir? Quero cooperar? Quero propor saídas? Quero compor? Quero contribuir para esclarecer? Quero somar? Quero me traduzir para me conectar?

Quero guerrear? Quero destruir? Quero conquistar aliados para minha posição ganhar de outra? Quero desqualificar alguém que estou culpando por meus infortúnios? Tenho elementos para fazer julgamentos e “fazer justiça”  com o que comunico?

Que utilidade terá esta informação para tornar melhor nossa relação de par, neste grupo, nesta sociedade?

Que tal assumirmos responsabilidade pelo que estamos fazendo pelo TODO do qual somos parte?

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