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MÁRCIO CERVEIRA

Professor doutor, Consultor, Master Coach Trainer e Pesquisador, Márcio Cerveira assina esta coluna com objetivo de informar sobre Qualidade de Vida no Trabalho – Q.V.T, apontando de que forma a Liderança Corporativa alinhada irá contribuir para que o colaborador possa atingir o auge da sua performance. O conteúdo também aborda como a Inteligência Emocional deve ser usada no atual Mercado de Trabalho a fim de contribuir para a longevidade física e mental do colaborador.

Perfil de Liderança de Gestores e Professores em Empresas Educacionais

Márcio Cerveira

A base conceitual deste estudo propõe apresentar o quanto a ciência e a busca por resultados e comprovações das ciências educacionais avançaram no mundo. Abre-se uma porta bem objetiva, clara e direta do que se busca nesse ineditismo. Vai além dos conhecimentos específicos, da filosofia, da sociologia, da psicologia, dos impactos ambientais. Busca a partir da complexidade de mundo, para o reconhecimento do ambiente que se quer elaborar essa tese.

Edgar Morin foi uma inspiração por nos trazer em dois livros a sabedoria sobre a teoria da complexidade. Em 2017, com “A cabeça bem feita”, e em 2011, com os “Os sete saberes necessários sobre a educação do futuro”. São livros que fazem com que se tenha a clarividência que moramos num mundo extremamente complexo e nossa compreensão dele reduza nossa ignorância na realidade.

Evoca-se Joan Amos Comenius, educador tcheco do século XVII, que deixou uma das melhores obras mundiais que se chama “Didactica Magna”. Ele nos dirá desse dom educacional de ensinar, de ser professor e vaticina que para todas as crianças, Deus deu o dom de aprender e ter a capacidade de criar e ser estimulado, desde que professores não os enfadem. Diz que seu legado pode ser lido por todos, mas que sua obra é apenas uma mensagem de fé e esperança, mas que se alguém que quiser seguir o que foi escrito, que ele exorta e esconjura a decifrar e se arvora numa metodologia sem rodeios e sem aborrecimentos.

Vai buscar na psicologia, principalmente nas obras de Howard Gardner e Daniel Goleman, essa teia de características de inteligência que nos seres humanos carregamos e nos relacionamos com as outras pessoas que nos cercam, sejam elas parentes próximos, amigos e colegas de trabalho ou de clubes e academias. Vem trazer nas inteligências - intra e interpessoal - a condição de sua inteligência de conhecer a si própria, suas limitações e conhecer o outro, conhecer sobre empatia, companheirismo e essa convivência diária.

Sobre liderança 

Busca-se nas teorias da administração sobre gestão organizacional, sobre liderança, clientes internos e externos, sobre ferramentas que facilitam a compreensão dos ambientes, da avaliação de serviços educacionais, de um bom plano de negócios e do clima organizacional. A liderança que se preconiza nesse referencial propõe identificar o quanto se avançou na compreensão conceitual, pois os antigos líderes eram geralmente pessoas de confiança, com bastante tempo de empresa, meia-idade e com perfil autoritário. Esse tipo de liderança está ficando para trás e o que se compreende hoje é um perfil de líder mais democrático, inspirador, conciliar e que tem muita inteligência emocional.

Um líder toma muitas decisões na rotina de trabalho e nem sempre estas serão as ideias, bem ou mal ele tem que tomá-las. A tomada de decisão é uma complexa cadeia neuronal no próximo encéfalo trazer a memória da situação, antecipação de possíveis problemas, predição significativa de assertividade. Encontramos algumas respostas na neurociência para compreender como se processa no sistema nervoso central essas decisões.

Assim, a liderança acontece quando uma pessoa do grupo modifica a dinâmica motivacional ou as competências dos demais membros do grupo (BASS, 1990, p. 19). O próprio título do livro de Bass, publicado em 1985, sob o título: “Liderança e desempenho além da expectativa” (Leadership and Performance Beyond Expectation), mostra-se elucidativo ao apresentar a percepção de Bass em relação ao que o autor propõe que o líder transformacional é o que motiva para além das expectativas.

Neste sentido, um líder eficaz, conforme apresenta Bass (1985), pode induzir seus seguidores a transcenderem seus próprios interesses pelo bem da organização. Ao longo dos estudos, este autor, ressalta que a liderança transformacional pode ser compreendida a partir dos Quatro I’s:
 

  • 1) a Influência Idealizada, o comportamento resultante em admiração, respeito e confiança do seguidor. A Influência Idealizada envolve compartilhamento de risco por parte dos líderes, uma consideração de necessidades do seguidor sobre as necessidades pessoais, e conduta ética e moral;
  • 2) Motivação Inspiradora, que se baseia por comportamentos que fornecem significado e desafio para trabalho dos seguidores. Inclui também os comportamentos que articulam expectativas claras e demonstram o compromisso com os objetivos organizacionais. Além disso, equipe o espírito é despertado por meio do entusiasmo e otimismo;
  • 3) o Estímulo Intelectual, caracterizado pelos Líderes que demonstram este tipo de liderança solicitar novas ideias e problemas criativos, soluções de seus seguidores, encorajam novas ideias e abordagens para realizar o trabalho;
  • 4) a quarta e última dimensão é a Consideração Individual, que reflete os líderes que ouvem e prestam especial atenção aos seguidores em relação as suas necessidades de realização pessoal e crescimento profissional.

A liderança mostra-se como uma mudança construtiva e adaptativa, estabelecendo direção, alinhando pessoas, motivando e inspirando com base em sua explicação sobre liderança, parece que a liderança é bastante semelhante com a gestão. Duas considerações são importantes nesta distinção:

  • 1) não se pode reduzir esse entendimento ao pensamento de que gestão não está associada às mudanças;
  • 2) a liderança eficaz pode produzir as mudanças necessárias para retomar o controle de uma situação caótica.

Baseado em quatro pilares básicos: relacionamento, influência, mudanças reais e finalidades mútuas. Destaca-se que, ao nível da influência, a liderança tem duas características:

  • 1) multidirecional, quando essas influências são compostas de várias origens e não apenas de para baixo;
  • 2) não é coercitivo, não pode ser construído com base na autoridade, poder ou ação ditatorial, porém é baseado na persuasão dos comportamentos.

 

O papel dos seguidores

A Liderança é exercida por líderes e seguidores juntos. Seguidores são agentes ativos dentro desta relação de liderança, não passiva destinatários da influência do líder. Considera-se também que os seguidores às vezes podem mudar de lugar, no cenário organizacional, e se tornarem líderes, mas eles não têm a influência como os líderes, além de não possuir poder para usar recursos para persuadir outros de sua posição.

A partir da proposta de análise para este estudo, pode-se verificar as particularidades que o espaço acadêmico oferece ao entendimento da estrutura complexa da dinâmica de uma instituição de Ensino Superior. Os grupos da gestão superior e docentes, que compõe o movimento para aumentar a qualidade da educação e da pesquisa em uma IES. Universidades enquanto instituições de ensino superior, geralmente, têm visões comuns, por exemplo, a qualidade da educação e pesquisa.

Com intuito de alcançar os objetivos propostos pela IES, os gestores e corpo docente precisam juntos com outras pessoas (administradores, diretores, docentes, discentes e demais colaboradores) em uma relação de liderança. Nesta liderança, relacionamento, influência multidirecional existem; influências que são direcionadas em todas as direções e não apenas de cima para baixo.

Portanto, todos que compõem essa relação de liderança interagem e influenciam uns aos outros por comunicando-se pela fala, escrevendo e fazendo. Os docentes deveriam tentar para influenciar e persuadir seus alunos para serem os melhores alunos, outros professores, diretores e também a própria sociedade para além do espaço acadêmico. Nestes relacionamentos entre lideranças, os comportamentos utilizados para persuadir outras pessoas não devem ser coercitivos.

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Márcio Cerveira
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