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LUÍS ERNESTO LACOMBE

Formado em jornalismo, trabalha desde 1988 em televisão. Foram 20 anos na Rede Globo e passagens pela Rede Manchete e Bandeirantes. Hoje, tem dois programas na Rede TV!, dois projetos na internet e ainda é colunista de três grandes jornais do país. É autor de quatro livros, um deles best seller. Em 2021, venceu o prêmio Comunique-se, o mais importante da área de Comunicação no Brasil, em duas categorias. | lacombe@brasilmediahouse.com

Mulheres em cotas

Luiz Ernesto Lacombe

Circulou nas redes sociais, esses dias, trecho de sessão da Comissão de Constituição e Justiça, da Câmara dos Deputados. Discutia-se a PEC 18, que trata da participação das mulheres na política. A cota eleitoral já existe: a cada eleição, todo partido deve ter 30% de mulheres entre seus candidatos. Então, a elas sejam garantidos verba para campanha e também tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV. E que uma parcela do bilionário Fundo Partidário seja usada na “criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres”. Sim, porque, com mais mulheres na política, todos os nossos problemas estarão resolvidos. Ou não?

Talvez pudessem até pensar em mecanismos que criassem um Congresso formado pela mesma quantidade de homens e de mulheres. Meio a meio, na Câmara e no Senado. Bom, são 513 deputados e 81 senadores, números ímpares... Melhor que haja uma mulher a mais em cada casa legislativa. É política, sabe? E, se não fosse, será que não deveríamos nos preocupar igualmente com o desequilíbrio entre os sexos? Não precisamos de mais mulheres na engenharia, estatística, matemática? E, do outro lado, nas áreas majoritariamente ocupadas por mulheres? Não deveríamos ter mais homens na pedagogia, nutrição, fisioterapia?

Se é de igualdade que estamos falando, precisamos de mais mulheres no trabalho de mineração, nos canteiros de obra, nas oficinas mecânicas. Precisamos de mais homens nas creches, na enfermagem, no trabalho doméstico. Mais mulheres dirigindo caminhão, mais homens nas cabines de pedágio. Meio a meio. Homens e mulheres. Talvez não só na política, em tudo. E eu acabo vivendo de ironia, no mundo dos problemas inexistentes...

Não vejo barreiras, exceto as pessoais, para que alguém encontre oportunidade em uma área profissional, qualquer uma. Afinal, que barreiras as mulheres encontram para seguir carreira política? Antes da cota eleitoral, os “donos dos partidos” não as queriam? Ou elas não queriam os partidos, a filiação, a candidatura, a campanha e tudo mais? Agora, mesmo com cota, continua difícil encontrar mulheres dispostas a concorrer a um cargo político. E há candidatas que nem sabem direito que são candidatas, num “laranjal” criado por uma lei que ignora movimentos orgânicos, naturais, espontâneos, que não admite que homens e mulheres podem ter aptidões e interesses diferentes.

Talvez a política vá passar, ou esteja passando, por uma transformação como houve no jornalismo, que já foi uma área dominada pelos homens e hoje atrai mais as mulheres. O Estado precisa se meter nisso? Não, claro que não, mas, na sessão da CCJ, a deputada socialista esbraveja, quer cota, quer dinheiro para as campanhas das mulheres. Ela não tem paciência, chama duas colegas de fascistas, quer mais mulheres na política... Todas as mulheres? A deputada socialista grita e deixa claro: só as que pensam como ela.

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Luis Ernesto Lacombe
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