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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Uma questão de oito, ou oitenta

Linomar Bahia

"Preocupante', "colapso" e "limite", são algumas das palavras mais proferidas nos últimos meses, quando começou, e parece não parar de crescer, a chamada "nova onda" do coronavirus, aumentando as vítimas, os óbitos e as consequentes dificuldades de atendimento e cura. Quando verbalizam esses e outros vocábulos, igualmente aterradoras, autoridades e profissionais da saúde estão evitando referir ao pior, como convém às responsabilidades para não carregar ainda mais a atmosfera de pânico, diante da sucessão de casos a saturação dos sistemas de saúde.

Guerras ensinaram que, para situações radicais, medidas radicais, na mesma, ou até maiores dosagens. Uma questão de oito, ou oitenta, sempre que situações saiam de controle, a exemplo de agora, quando a transmissão do vírus se apresenta ainda mais veloz e letalidade ainda maior. Não obstante, muitos insistem em desconsiderar as determinações e as orientações para adotarem comportamentos e reformular hábitos, como forma de impedir ou, ao menos, reduzir  as possibilidades de contaminação, no que passou a caracterizar pandemia ainda mais grave e letal, vitimando a todos.

Vivemos uma situação extrema, no crescente número de contaminados e nas dificuldades em conter o avanço dessa espécie de "tropa viral". Histórias de batalhas mundiais registram o chamado  "esforço de guerra", uma ação social coordenada de recursos disponíveis, entre as formas de suporte às frentes de combate. Remetem ao conceito sedimentado até o século XIX, quando os líderes da Revolução Francesa promoveram o "levée en masse", mobilizando toda a sociedade, então para impedir que as forças monarquistas reivindicassem o controle do governo francês.

Segundo pesquisa da FGV, 80% dos países mais afetados pela pandemia, foram bem sucedidos ao adotarem alguma forma de "lockdown". Numa, impondo um isolamento vertical apenas a grupos de risco, sem interromper completamente as atividades, serviços e comércio não-essenciais, obtendo queda na transmissão e no número de infectados. Noutra forma, considerada mais eficaz, apesar do sacrifício geral, impuseram o isolamento horizontal, quando não há a seleção de grupos específicos, fechando tudo, com todos em casa, resultando em conter do avanço da doença.

Enquanto medidas assim superaram as crises nas respectivas épocas, por aqui preferem a cautela das medidas paliativas, em muitos casos como se o vírus usasse relógio e estabelecesse locais para contaminar alguém. Restringem o funcionamento de setores e estabelecem normas de higienização de ambientes, deixando vulneráveis os pontos, em espaços sujeitos a aglomerações, e expostos os  meios por onde os grupos se deslocam, tornando inúteis quaisquer cuidados nos locais para onde as pessoas vão, transformando todos os veículos e destinos em pontos de risco.

Enquanto a contaminação e mortes espalham pelo país o vermelho das falências sanitárias, já houve quem dissesse estarem os responsáveis "enxugando gelo", fechando uma torneira e deixando outras abertas, nas meias soluções que, na opinião de especialistas, a radicalização da pandemia reclama medidas radicais. Fechem tudo, paralisem os transportes, determinem medidas que dificultem os deslocamentos e ajuntamentos de pessoas, liberando os auxílios, saques de fundos, antecipação de benefícios e férias coletivas. Caso contrário, a expectativa é de dias piores.

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