Um histórico de crises Linomar Bahia 15.05.22 8h00 Quem pensa que os problemas do Brasil da atualidade são alguma novidade, certamente não conhece a história e ignora que as disputas em curso, constituem mais uma das turbulências políticas e sociais que têm marcado as várias fases e regimes institucionais no país desde o descobrimento. Diversificando quanto à natureza e aos protagonistas de cada época e respectivos objetivos, sempre foram episódios movidos pelos mesmos objetivos de domínio do poder e controle dos instrumentos fundamentais ao exercício das funções essenciais à manipulação dos organismos e subjugação dos interesses da sociedade. Somos, por isso, frequentemente acusados de memória fraca, ou sequer termos memória, incapazes de relacionar o hoje com o ontem, nem projetar o futuro, assim compartilhando da conclusão expendida pelo pensador comunista Karl Marx, segundo a qual “todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo, ocorrem, por assim dizer, duas vezes”. Com as experiências, constatou que a primeira vez tem contornos de tragédia e, a segunda, como farsa”, considerando que o golpe de Napoleão Bonaparte fora, apenas, uma reedição da prática idêntica, adotada pelo tio, em movimento anterior. Matéria de análises e conotações ideológicas, o conceito marxista, formulado no ano 1858, considera que a história se repete porque o homem é sempre o mesmo na essência e no instinto, a despeito das evoluções culturais de cada época, mudando apenas nos métodos e situações. Árvores genealógicas ancestrais fazem parte da mesma história em suas reedições, envolvendo uma simples questão de decisão, virando a página ou repetindo a história. A filosofia adquire foros de realidade no Brasil, quando a página parece sempre virada ao contrário, reprisando o passado. Questão de memória fraca e repetição da história parecem presentes nas crises de agora e nas anteriores, que os desmemoriados consideram uma novidade, mas, em verdade, é mais um capítulo das episódicas instabilidades institucionais do país. Reflexos desse histórico de crises estão nas sete constituições em 131 anos, cerca de uma Constituição a cada 16 anos, já se prenunciando uma nova, depois da atual, promulgada em 1985, emendada mais de 100 vezes e vilipendiada, inclusive em dispositivos caros às liberdades individuais e coletivas. São significativos os números que ilustram os entraves provocados pelas crises ao desenvolvimento do país e à vida dos brasileiros, impedindo que a vontade emane do povo, enquanto beneficiam uma elite encastelada nos Poderes, renovada nos parentes e aderentes. Tivemos nove moedas, em seis oportunidades o Congresso foi fechado e houve seis “golpes de estado”. Promoveram um plebiscito para nada, 13 presidentes não concluíram os mandatos, outros 31 eleitos indiretamente. Disputas pelo poder provocaram 35 revoltas e “guerrilhas”. Haja crises. Até a próxima ... Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Entre dúvidas e incertezas 27.03.25 17h48 Linomar Bahia Por quê? 14.03.25 12h30 Linomar Bahia '¿Por qué no te callas ?' 20.02.25 17h50 Linomar Bahia Ambientes desafiadores 28.01.25 17h15