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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Um histórico de crises

Linomar Bahia

Quem pensa que os problemas do Brasil da atualidade são alguma novidade, certamente não conhece a história e ignora que as disputas em curso, constituem mais uma das turbulências políticas e sociais que têm marcado as várias fases e regimes institucionais no país desde o descobrimento. Diversificando quanto à natureza e aos protagonistas de cada época e respectivos objetivos, sempre foram episódios movidos pelos mesmos objetivos de domínio do poder e controle dos instrumentos fundamentais ao exercício das funções essenciais à manipulação dos organismos e subjugação dos interesses da sociedade. 

Somos, por isso, frequentemente acusados de memória fraca, ou sequer termos memória, incapazes de relacionar o hoje com o ontem, nem projetar o futuro, assim compartilhando da conclusão expendida pelo pensador comunista Karl Marx, segundo a qual “todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo, ocorrem, por assim dizer, duas vezes”. Com as experiências, constatou que a primeira vez tem contornos de tragédia e, a segunda, como farsa”, considerando que o golpe de Napoleão Bonaparte fora, apenas, uma reedição da prática idêntica, adotada pelo tio, em movimento anterior. 

Matéria de análises e conotações ideológicas, o conceito marxista, formulado no ano 1858, considera que a história se repete porque o homem é sempre o mesmo na essência e no instinto, a despeito das evoluções culturais de cada época, mudando apenas nos métodos e situações. Árvores genealógicas ancestrais fazem parte da mesma história em suas reedições, envolvendo uma simples questão de decisão, virando a página ou repetindo a história. A filosofia adquire foros de realidade no Brasil, quando a página parece sempre virada ao contrário, reprisando o passado. 

Questão de memória fraca e repetição da história parecem presentes nas crises de agora e nas anteriores, que os desmemoriados consideram uma novidade, mas, em verdade, é mais um capítulo das episódicas instabilidades institucionais do país. Reflexos desse histórico de crises estão nas sete constituições em 131 anos, cerca de uma Constituição a cada 16 anos, já se prenunciando uma nova, depois da atual, promulgada em 1985, emendada mais de 100 vezes e vilipendiada, inclusive em dispositivos caros às liberdades individuais e coletivas.  

São significativos os números que ilustram os entraves provocados pelas crises ao desenvolvimento do país e à vida dos brasileiros, impedindo que a vontade emane do povo, enquanto beneficiam uma elite encastelada nos Poderes, renovada nos parentes e aderentes. Tivemos nove moedas, em seis oportunidades o Congresso foi fechado e houve seis “golpes de estado”. Promoveram um plebiscito para nada, 13 presidentes não concluíram os mandatos, outros 31 eleitos indiretamente. Disputas pelo poder provocaram 35 revoltas e “guerrilhas”.  

Haja crises. Até a próxima ...

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