Problema do lixo Linomar Bahia 17.09.23 8h00 Essa pergunta, que continua sem resposta, intitulou artigo que publiquei em julho de 2021, quando agravava a questão da destinação sanitária adequada das toneladas do lixo produzidas diariamente em Belém, Ananindeua e Marituba. Estava à vista o caos que se avizinhava na Região Metropolitana, com a saturação dos locais para o descarte e a judicialização, embora já aventassem formas do lixo deixar de constituir problema e ser transformado em solução econômica e social. Já se vão mais de 40 anos e tantos prefeitos desde quando a situação deveria ser equacionada com alguma forma de aproveitamento dos "resíduos sólidos", após o fechamento em 1980 da usina que denomina o bairro da Cremação. A gestão Coutinho Jorge, entre 1986 e 1988, deu a partida para cumprimento do Código Nacional da Saúde de 1954, reforçado em 1981 pela Política Nacional de Meio Ambiente e consolidado em 2010 pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Passos iniciais para o aproveitamento racional do lixo foram dados em 1984 no lixão do Aurá, logo considerado danoso ao meio-ambiente. Incluía o treinamento dos catadores para o aproveitamento desses chamados "carapirás" num sistema de compostagem e uma indústria promissora, onde quanto mais lixo melhor como matéria prima. Bom exemplo dessa solução vem da cidade sueca de Boras, onde 99% de todo o rejeito é reaproveitado, num país que é referência mundial. Segundo esse modelo, as toneladas de lixo são encaminhadas a triagem, onde os resíduos orgânicos viram biogás e os inflamáveis alimentam termoelétricas. Os moradores pagam até 50% menos na conta de luz e economizam até 20% nos ônibus e táxis 100% movidos a gás. Em quase toda a Suécia, apenas 1% do lixo não é reaproveitado, indo para os aterros. Segundo o IBGE, existem aproximadamente 80 usinas de compostagem no País, grande parte desativada. Uma usina de compostagem pode custar cerca de 8 milhões de reais e o custo operacional em 400 mil reais mensais, valores inferiores ao que tem sido gasto com os lixões, além do alto dano ambiental e social. A destinação adequada do resíduo orgânico já é realizada por várias empresas, particularidade que faz soar estranho não haverem sequer estimulado empresários para o grande negócio em que o destino do lixo pode ser transformado, deixando de ser o problema que é hoje. Gestores destas quatro décadas, a maioria com reeleições, negligenciaram sobre o que fazer com as crescentes toneladas diárias de lixo produzidas na Região Metropolitana, causando profundos males ambientais e humanos. Entre eles, a contaminação do lençol freático, pelo o chamado "chorume" ameaçando a qualidade da água distribuída à população. Tantas prorrogações a mais recente em curso e se sucederão, não se vislumbra qualquer solução para o problema que só se agrava. Linomar Bahia é jornalista e escritor, membro das Academias Paraense de Letras, Jornalismo e Ineriorana. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Tempos arriscados 04.12.23 14h10 Linomar Bahia Nova chance 07.11.23 16h26 Linomar Bahia Iguais desigualados 19.10.23 11h56 Linomar Bahia Contrassensos das desigualdades 02.10.23 11h33