Pobreza e fome eleitorais Linomar Bahia 26.06.22 8h00 Pobreza e fome sempre constituíram tema explorado, em programas de candidatos, repletos de soluções que, entretanto, nunca se materializam, em grande parte interessam a muitos, como fonte de votos na eterna esperança dos necessitados. São tão indispensáveis, como carregar criancinhas, beijar idosos e comer até coisas exóticas de fazerem inveja ao cardápio de “No limite”. Somente crescem a cada eleição, porque, passados os pleitos, as promessas caem no esquecimento, para serem ressuscitados somente na próxima temporada de caça ao voto, pelos mesmos que nada fazem para a superação. Às vésperas de mais um pleito, pronunciamentos proclamam supostos 33 milhões de pessoas em situação de “insegurança alimentar”, neologismo para dizer que “não têm o que comer”. São seres que recorrem a lixeiras e fervem pedras em braseiros improvisados, acentuados numa época em que um botijão e gás é artigo de luxo. Há duas semanas, abordei os fóruns e as campanhas em nome de combate à fome e ao trabalho infantil, que morrem nos banquetes, com que autoridades saciam a própria fome, sem passarem das palavras às ações e alimentando a crítica de que necessitados valem votos. Fazem parte do contexto econômico-social do Brasil desde o descobrimento, adquirindo diversas formas no escravagismo do período imperial, em quantidade proporcional à evolução populacional, apenas mudando nas conceituações antropológicas e na diferenciação de classes. Quantos figuram nas estatísticas da atualidade, incluídos entre os considerados na linha da pobreza, pertencem à mesma categoria dos que já integraram as senzalas e os antigos “currais eleitorais”, onde os então “coronéis” garantiam os votos e a consequente influência política, desfrutada pelas sucessivas gerações. Validando a crença popular, segundo a qual o inferno está cheio dos bem intencionados, as promessas de campanha continuam ficando nas intenções, a exemplo da formulada por um ex-presidente por dois mandatos, prometendo que todo brasileiro teria três refeições diárias, ilustrando a promessa com um prato vazio que se enchia de comida falsa. Ficou apenas na figuração e, duas décadas depois, e uma nova eleição, continuará vazio e pretexto preferencial para novas promessas figurativas nas campanhas eleitorais, onde alimentos de verdade estão eternamente destinados apenas à figuração cênica. Nestes mais de 500 anos de Brasil, necessidades básicas estariam praticamente restritos a circunstâncias, tantos têm sido os recursos desviados das finalidades sociais. Milhões de brasileiros teriam uma vida melhor não houvesse “mensalões” nem “petrolões” e partidos lhes destinassem os bilhões de reais que se presenteiam no fundo eleitoral. Fortunas evaporam, a exemplo do que resultou na extinção da Legião Brasileira de Assistência, onde 90% dos recursos ficavam na burocracia e na corrupção, dando razão a quem considerou que o dinheiro chegaria melhor aos que precisam se fosse lançado de avião. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Aonde vamos? 12.03.24 16h46 Linomar Bahia Juízo final 21.02.24 12h56 Linomar Bahia Estão faltando “Eles” 21.02.24 12h53 Linomar Bahia Desvios de rumos 26.01.24 12h42