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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Pobreza e fome eleitorais

Linomar Bahia

Pobreza e fome sempre constituíram tema explorado, em programas de candidatos, repletos de soluções que, entretanto, nunca se materializam, em grande parte interessam a muitos, como fonte de votos na eterna esperança dos necessitados. São tão indispensáveis, como carregar criancinhas, beijar idosos e comer até coisas exóticas de fazerem inveja ao cardápio de “No limite”. Somente crescem a cada eleição, porque, passados os pleitos, as promessas caem no esquecimento, para serem ressuscitados somente na próxima temporada de caça ao voto, pelos mesmos que nada fazem para a superação.

Às vésperas de mais um pleito, pronunciamentos proclamam supostos 33 milhões de pessoas em situação de “insegurança alimentar”, neologismo para dizer que “não têm o que comer”. São seres que recorrem a lixeiras e fervem pedras em braseiros improvisados, acentuados numa época em que um botijão e gás é artigo de luxo. Há duas semanas, abordei os fóruns e as campanhas em nome de combate à fome e ao trabalho infantil, que morrem nos banquetes, com que autoridades saciam a própria fome, sem passarem das palavras às ações e alimentando a crítica de que necessitados valem votos.

Fazem parte do contexto econômico-social do Brasil desde o descobrimento, adquirindo diversas formas no escravagismo do período imperial, em quantidade proporcional à evolução populacional, apenas mudando nas conceituações antropológicas e na diferenciação de classes. Quantos figuram nas estatísticas da atualidade, incluídos entre os considerados na linha da pobreza, pertencem à mesma categoria dos que já integraram as senzalas e os antigos “currais eleitorais”, onde os então “coronéis” garantiam os votos e a consequente influência política, desfrutada pelas sucessivas gerações.

Validando a crença popular, segundo a qual o inferno está cheio dos bem intencionados, as promessas de campanha continuam ficando nas intenções, a exemplo da formulada por um ex-presidente por dois mandatos, prometendo que todo brasileiro teria três refeições diárias, ilustrando a promessa com um prato vazio que se enchia de comida falsa. Ficou apenas na figuração e, duas décadas depois, e uma nova eleição, continuará vazio e pretexto preferencial para novas promessas figurativas nas campanhas eleitorais, onde alimentos de verdade estão eternamente destinados apenas à figuração cênica.

Nestes mais de 500 anos de Brasil, necessidades básicas estariam praticamente restritos a circunstâncias, tantos têm sido os recursos desviados das finalidades sociais. Milhões de brasileiros teriam uma vida melhor não houvesse “mensalões” nem “petrolões” e partidos lhes destinassem os bilhões de reais que se presenteiam no fundo eleitoral. Fortunas evaporam, a exemplo do que resultou na extinção da Legião Brasileira de Assistência, onde 90% dos recursos ficavam na burocracia e na corrupção, dando razão a quem considerou que o dinheiro chegaria melhor aos que precisam se fosse lançado de avião. 

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