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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Ode a um sacerdócio

Linomar Bahia

Ações e situações da atualidade suscitam inevitáveis comparações com o passado, embasado no adágio popular de que recordar é viver, mesmo arriscando ser rotulado como retrógado. Aos que reagem a reminiscências, a reposta mais efetiva pode ser encontrada na verdade imortal, segundo a qual, quem não conhece o passado, não compreenderá o presente, nem vislumbrará o futuro, como se tudo começasse agora, sabido que passado, presente e futuro são partes de um mesmo corpo. Graças ao “ontem”, sobrevivem os filósofos, eternizados em resgates históricos, a que recorrem os pesquisadores de hoje, em todos os campos da vida, com nas incursões aos ares e mares, inspiradas nas teorias expendidas por Júlio Verne, há 150 anos.

Nestes tempos, classificados por um ex-ministro do Supremo Tribunal Federal como estranhos, é oportuno voltar o pensamento ao passado, lamentando concluir que éramos felizes, e não sabíamos. Particularmente quando promovem nova greve remunerada nas universidades públicas, iguais às deflagradas nas mesmas instituições em anos anteriores, igualmente coincidentes com períodos eleitorais. Nas circunstâncias de hoje, ainda mais inoportuna, quando os estudantes acabam de ser privados das aulas durante os dois anos da pandemia. Tanto como nos eventos passados, dificilmente terão repostas matérias não ministradas, gerando a desigualdade na habilitação técnica com as universidades privadas, onde eventuais grevistas seriam demitidos. 

Houve um tempo em que exercer o magistério era considerado um sacerdócio, tamanho o compromisso em ensinar e a responsabilidade do professor na formação cultural e profissional dos estudantes os diferentes níveis escolares. Conclusão de cursos secundários era celebrada pelos familiares, multiplicados no regozijo ao galgarem os degraus seguintes e na elevação dos formandos às especialidades curriculares de ensino médio e superior, completados nos patamares de doutores, mestres e catedráticos. Cabelos e trajes despidos de modismos estilosos, não raros colarinhos e gravatas desgastados pelo uso, revestiam os conhecimentos e a respeitabilidade, simbolizados pelo ato de todos se levantarem, recepcionando o professor na sala de aula.

Vieram os festivais musicais, estrelados pelo famoso “Woodstock” em agosto de 1969, ao ritmo da “juventude transviada” e “embalos de sábado à noite”. Mais de meio século depois, consolidaram e multiplicaram os hábitos e costumes dali derivados, infiltrados em todos os ambientes, inclusive no sistema educacional. São materializados nos protestos e greves, segundo a máxima revolucionária “se há governo, sou contra”. Enquanto cultuam ideologias, ensejam uma “Ode” ao sacerdócio que o magistério já exerceu, exaltando a época em que a vocação professoral e a valorização do ensino estavam acima e tudo. E deixam a regularidade das aulas para quem pode estudar onde grevar significa perder salário e emprego, risco que não correm grevistas oficiais.

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