LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Nódoas a serem apagadas

Linomar Bahia

Ensinam os dicionaristas que "preconceito" significa opinião considerada desfavorável a alguém ou fato, podendo ocorrer em questões ideológicas e opções comportamentais, também denominadas "identidade de gênero". O tema tem sido estudado por especialistas em concepções sociológicas e direitos humanos, como o psicólogo norte-americano Gordon Allport (1897-1967), e a filósofa norueguesa Lene Auestad, nascida em 1973, estudiosa dos temas preconceito, exclusão social e direitos das minorias.

O assunto, em suas variantes, está sendo radicalizado na condução e nas decisões, bem como no uso para vantagens pessoais e benefícios de grupos. Embora os sistemas de governos e os movimentos sociais devam dispensar atenção especial aos diferentes e aos menos favorecidos, têm sido distorcidas e desvirtuadas as concessões nesse sentido, como na instituição de grupos e de "cotas", particularidades nas quais violam, inclusive, os fundamentos constitucionais da igualdade de direitos e deveres entre os cidadãos.

Expressões e comentários antes normais, passaram ser julgados preconceituosos e criminais. Alguns se viram vítimas de agressões de toda ordem, por destacarem penteados e episódios diferenciados e de ocorrência incomum, naturalmente chamando a atenção, sem que isso pudesse ter a conotação de desrespeito e menosprezo. São práticas e modismos rotineiras do comportamento humano, sem que se descarte, contudo, o conveniente oportunismo de que se revestem certas ocorrências.

Ações e reações, têm fomentado crescente desarmonia e agressividade, requerendo um "freio de arrumação", à moda da antiga república romana, quando alguém era designado para restabelecer a normalidade. O clima hostil que está sendo instaurado, está repercutindo na divisão e discriminação entre semelhantes, com as características da mesma tirania política e social de que trataram Aristóteles, Platão e Maquiavel, ao analisarem os pesos e contra-freios de um convívio racional. São nódoas a serem apagadas. 

Radicalismo de conotação ditatorial nas questões, requer a democrática participação popular, na formulação das políticas e critérios adequados. Há, ainda, o acirramento protagonizado pela exposição e análise dos fatos e dos personagens de forma açodada, desprovida de avaliação equilibrada.  Caso contrário, estamos chegando ao ponto em que momentos conjunturais do país e da sociedade não poderão mais ser qualificados de "a coisa está preta", muito menos pedir na doceteria uma "nega maluca".

Como disse Nelson Mandela, contra o "Apartheid" na África do Sul de 1948: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar". Ou, Martin Luther King, na "Marcha de Washington pelo Trabalho e pela Liberdade" em 1968: "Eu tenho um sonho: que meus quatro filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, e sim por seu caráter". 

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