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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Guerra de números florestais

Linomar Bahia

Há poucos dias, pesquisador - apresentado como analista de sustentabilidade - publicou que a “Amazônia perdeu 18% de sua floresta em pouco mais de cinco décadas”. Ao mesmo tempo, a mídia nacional referia a quilômetros quadrados de desmatamento. O contraste entre a afirmativa técnica e os números divulgados indica que alguém está equivocado, ou todos, induzindo a erro de informação e nas conclusões. Vale, então, a pergunta quase infantil, embora a inocência das crianças costume ser mais fiel sobre a realidade.

Em meio à guerra de números, interesses ideológicos e políticos, cabe certificar quantas árvores existem na floresta amazônica e quanto tem sido efetivamente devastado? Oficialmente, são 5,5 mil quilômetros quadrados, 60% dos quais abrangem o Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Pará e Roraima. É área superior à Argentina, México e Peru. Os demais 40% cobrem nove países, a maior parte no Peru, com 13%, na Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

Exploração madeireira, a pretexto de pasto para gado, ocupações de reservas indígenas, consideradas ricas em metais preciosos e passagem para drogas, têm provocado disputas entre grupos que se dizem preocupados com o meio-ambiente e os acusados de acionarem motosserras e lança-chamas devastadores. Há, ainda, os que denunciam cobiça internacional, visando o maior volume de água doce e da biodiversidade do planeta, além dos diversificados recursos, afirmações consideradas falaciosas.

Entre os leigos, há a impressão de que, fossem verdadeiras as notícias de continuada destruição da floresta, a Amazônia estaria à beira de um deserto equivalente à metade dos 9,65 mil quilômetros quadrados do Saara, equiparável às áreas da Europa e dos Estados Unidos e maior que muitos países continentais, como Brasil, Austrália e Índia. Há séculos, notícias de desmatamentos estão envoltas mais em dúvidas do que em certezas sobre ser a maior floresta tropical, pulmão do mundo e o potencial de carbono.

Em meio à questão “shakespeariana”, especialistas asseguram que a mata nativa tem 80% preservada e que as queimadas têm propósitos meramente desestabilizadores de governos e repetidas promessas de desenvolvimento jamais efetivadas. Frases de efeito ilustram os discursos de todos os matizes ideológicos, entre as quais "Integrar, para não entregar", "progresso pela pata do boi" e "Amazônia também é Brasil", propiciando os debates pontuais entre supostos protetores e acusados de exploradores.

Quando até imagens de satélite são questionadas, acusadas de edições ou de confundirem com incêndio reflexo de luz em algo brilhante, pregações alarmistas de próximo fim da floresta são rebatidas com argumentos como, se verdadeiras, há muito estaria em extinção. Mas continua densa e, como a “Fenix”, renascendo das próprias cinzas, regando estruturas oficiais e “ong`s” milionárias, num processo que faz acreditar poder existir para sempre e proporcionando quanto esses discursos possam oferecer.

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