Frustrações "lemistas" e "cabanas" Linomar Bahia 16.01.22 9h00 Festas e louvações pelo transcurso dos 406 anos da cidade, jamais seriam suficientes para que as euforias oportunistas pudessem encobrir o quanto sucessivas gestões pouco ou nada têm contribuído para corresponder às aspirações dos belenenses, urbanísticas e comunitárias, de que a cidade carece. Logo vem à memória o simbolismo de Antonio Lemos, enquanto foi intendente, cargo correspondente ao prefeito dos tempos depois, entre os anos 1897 e 1911, justificando ser Belém considerada a "Paris dos trópicos", com suas praças e "bulevares", gás encanado e bondes com bancos de palhinha. Também não resistem a contrastes com a realidade dos índices de pobreza no Estado, as manchetes de que o Pará é o campeão na balança comercial, é líder nos "royalties" da mineração e está bilionário na compensação pela desoneração do ICMS de exportação pela "Lei Kandir". Enquanto entram e saem prefeitos da cidade e os problemas se agravam, comprometendo as perspectivas e o conceito da "urbe", que outras capitais vizinhas passaram a assumir, a persistência das dificuldades de sempre frustra a história de heroísmo paraense dos "cabanos", afigurando "em vão" o sangue derramado. Transcorridos 111 anos dos tempos de Lemos, há que torcer para que o espírito do intendente influencie alguém para, ao menos, disciplinar a expansão urbana e seus reflexos na balbúrdia na mobilidade e no aprofundamento dos problemas de saneamento e segurança, começando por destravar o emblemático BRT, empacado há 16 anos. Poucos dias antes do aniversário de Belém, no 7 de janeiro, transcorreram os 187 anos da vitória dos "cabanos" sobre as formas de escravização, pobreza extrema e carência de proteções sociais que, de certa forma, perduram ainda hoje, quase dois séculos depois. Quase uma dezena de governadores se têm sucedido nestes 37 anos pós-governos militares, alguns eleitos e reeleitos mais de uma vez, todavia, apesar da avalanche de recursos, provenientes do expressivo peso do Estado na pauta de exportação e nos índices econômicos nacionais, parecem faltar indicadores alentadores sobre significativa transformação econômica e social do Estado, a despeito de ser um dos mais ricos em recursos naturais, liderados pela Serra dos Carajás, o terceiro maior rebanho de bovídeos, a maior hidrelétrica toda nacional, e mais “Belo Monte” e outras 11 em construção. Enquanto isso, se multiplicam os bolsões de miséria, responsáveis pelos piores índices de desenvolvimento humano e suas repercussões no caos na saúde, educação e na segurança públicas. Órgãos, como a Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem) no município, foram desfigurados e desviados das soluções urbanas para as quais foram criados. Na área estadual, o antigo IDESP, depois SEPLAN, e, agora, SEPLAD, mudaram de nome e passaram a ser mais um componente da burocracia estatal. Uma frustração que deve atormentar os espíritos dos líderes "cabanos" e de Antonio Lemos, à espera de respostas de candidatos e reflexão dos eleitores. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Aonde vamos? 12.03.24 16h46 Linomar Bahia Juízo final 21.02.24 12h56 Linomar Bahia Estão faltando “Eles” 21.02.24 12h53 Linomar Bahia Desvios de rumos 26.01.24 12h42