Faltariam prisões para todos Linomar Bahia 11.07.21 7h00 A prisão de um depoente na CPI da pandemia, sob a acusação de mentir, avultou o clima de desconfiança generalizada que sempre dominou a humanidade. Poucas vezes a mentira esteve exposta como nos últimos tempos, refletindo quanto o ser humano é capaz de utilizar os instrumentos da comunicação e da linguagem, para enganar o próximo e, até, a si mesmo. Pesquisadores e historiadores catalogam centenas de frases e promessas que se revelariam mentirosas, por isso, entre grandes males e nenhum bem, têm sido capazes de provocar até guerras, confrontar etnias, conflituar crenças e desmistificar situações e seus protagonistas. Incontáveis frases e até livros classificam as mentiras entre piedosas, maldosas, defensivas e compulsivas. Em 2013, o poeta Affonso Romano de Sant`Anna publicou os fragmentos "A implosão da mentira", em protesto contra algo que considerava ser mentira inventada, iniciando por dizer "Mentiram-me. Mentiram-me ontem / e hoje mentem novamente. / Mentem de corpo e alma, completamente. / E mentem de maneira tão pungente / que acho que mentem sinceramente. / Mentem, sobretudo, impune / mente. / Não mentem tristes. Alegremente mentem. / Mentem tão nacional/mente / Mentem, sobretudo, impune/mente. (...)" Ensina a sabedoria popular que a mentira costuma ter pernas curtas. Algumas, parecem sequer terem pernas, não havendo como precisar quando, nem o porquê da primeira mentira. Registros a ela se referem quanto à origem da palavra no século XI no latim “mentiri”, ou “dizer falsidades” e sua relação com o “mens” de “mente”. Segundo Robert Feldman, da Universidade do Massachusetts, o ser humano conta ao menos três mentiras a cada 10 minutos. Houve épocas em que compromissos não precisavam ser escritos, nem assinaturas reconhecidas para serem respeitados, bastando a palavra, representada por um “fio de bigode”. Teria origem no “bi gott”, ou “por Deus”, utilizada por antigos alemães para confirmar a palavra nos juramentos. Ensina a psicologia da mentira que mentirosos sistemáticos acabam acreditando nas próprias mentiras a ponto de não distinguirem mentiras de verdades Tem prevalecido no Brasil a máxima difundida durante a Segunda Guerra Mundial pelo ministro da Informação “hitlerista” Joseph Goebbels, segundo a qual “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Ou, como disse o dramaturgo britânico Oscar Wilde, “pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal”, o que pode definir derrota ou vitória, como visto. O uso da mentira, conta com defensores e críticos de todos os tempos. Para Aristóteles, por exemplo, o “risco dos mentirosos é não serem acreditados quando dizem a verdade”. Enquanto o homem comum pode ser desmentido pelas técnicas de interrogatórios, pelo polígrafo “detector de mentiras” ou pelo soro da verdade e microexpressões faciais, aos políticos resta a frase do estadista francês Charles de Gaulle, ele mesmo acusado de muitas mentiras antes e durante o governo: “Como um político nunca acredita no que diz, fica surpreso quando os outros acreditam.” Acaso se levem os mentirosos ao trato prisional, faltariam prisões para todos. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Aonde vamos? 12.03.24 16h46 Linomar Bahia Juízo final 21.02.24 12h56 Linomar Bahia Estão faltando “Eles” 21.02.24 12h53 Linomar Bahia Desvios de rumos 26.01.24 12h42